Encontrado morto neste domingo, 5, o assassino em série conhecido como Pedrinho Matador concedeu ao menos duas entrevistas ao Estadão durante o período no qual ficou encarcerado, cumprindo pena por dezenas de assassinatos.
Pedro Rodrigues Filho, de 68 anos, ganhou notoriedade na década de 1980 quando foi condenado a quase 300 anos de prisão. Alterado em 2019, o Código Penal brasileiro não permite que alguém cumpra pena privativa de liberdade por mais de 40 anos (antes, o limite era de 30 anos).
Em matéria publicada em agosto de 1986, Pedro dizia que não sabia por que matava. "(...) Não mexo com ninguém, levo minha vida. Mas se atravessarem meu caminho, mato mesmo. Todos que matei quiseram me desafiar, me enfrentar. Quando dou meu primeiro golpe, não me controlo mais. Sou assim mesmo. Mato, mato e mato", disse à reportagem naquela época.
Também afirmou não sentir remorso. "Não tenho nenhum arrependimento. Mato e é tudo natural", afirmou. "Não temo nada. Nunca temi. desde que fugi de casa e cai no mundo. O importante é estar preparado. Tenho uma força que me ajuda a matar. Mas esse assunto é segredo."
Ele voltou a ser entrevistado pelo jornal em 2004, após mais de três décadas na cadeia. Ao repórter Fausto Macedo, falou sobre o mundo fora das grades e as expectativas para deixar o cárcere. "Eu procuro saber de tudo lá fora. E tenho família, tenho os amigos, muitos, muitos, é tudo crente, eles vão me ensinar tudo de novo."
Homicídio
Conforme a Secretaria de Segurança Pública, o caso foi registrado como homicídio qualificado e é investigado pela polícia. Policiais militares foram chamados para atender a ocorrência na Rua José Rodrigues da Costa. A vítima foi atingida por disparos de arma de fogo e os suspeitos fugiram logo após o crime, afirmou.