Arma achada na casa de Flordelis foi usada para matar pastor

Informação foi confirmada pela perícia; marido da deputada foi morto no dia 16 de junho depois de chegar em casa, em Niterói

17 jul 2019 - 06h21
(atualizado às 08h14)

O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro, confirmou que a arma encontrada na casa da deputada Flordelis (PSD), após a morte do pastor Anderson do Carmo, foi usada no crime. O marido dela foi morto no dia 16 de junho depois de chegar em casa, em Pendotiba, Niterói, na região metropolitana do Rio, na companhia da deputada. O casal tinha ido jantar.

Naquele dia, a deputada contou que no trajeto para casa percebeu que o carro do casal estava sendo seguido por duas motos. Ainda segundo Flordelis, depois de entrar em casa, o marido voltou à garagem, onde foi atingido por tiros.

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Durante depoimento à titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), Bárbara Lomba, responsável pelo inquérito, Flávio, filho biológico da deputada confessou ter dado seis tiros no pastor. Ele e o irmão adotivo Lucas estão presos temporariamente na DHNSG. O período da prisão temporária dos dois termina esta semana e pode ser renovado por mais um mês.

A deputada Flordelis (PSD-RJ)
A deputada Flordelis (PSD-RJ)
Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

Nessa terça-feira, 16, quando completa um mês da morte do pastor Anderson, a parlamentar postou uma mensagem no seu perfil no Facebook. "Minhas fotos ao lado dele foram sempre felizes e sorrindo... infelizmente, hoje dói! Dói a dor da perda, a dor da saudade, a dor da falta que ele me faz. Um mês sem meu Niel! Te amarei eternamente!"

Apresentação de denúncia

O advogado Ângelo Máximo, que defende a família de Anderson, disse em entrevista à Agência Brasil que os parentes ainda não tiveram acesso às investigações, porque não foi constituída como assistente de acusação, uma vez que isso só ocorre no decorrer da ação penal se for apresentada denúncia pelo Ministério Público com a finalização do inquérito policial.

A família, segundo ele, vem acompanhando o caso pela imprensa e as novas informações como a confirmação pela polícia civil sobre a arma do crime. "Teve o laudo da arma, teve a pulseira que apareceu no o pulso da deputada que disse que tinha sido roubada junto com celulares, parece que tem outro laudo que mostra que os cachorros não foram sedados, se não saiu este laudo está por sair, ou seja, pessoas conhecidas estavam no local e por isso os cachorros não latiram. Tem o laudo da fogueira que está para sair também, de coisas da fogueira no local onde não foi nada queimado", disse.

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Advogado de Flordelis

A assessoria de imprensa da deputada informou que, por causa do sigilo das investigações, Flordelis não está fazendo declarações aos jornalistas e, por isso, não faria comentários sobre o caso e nem a confirmação da arma usada no crime. O advogado Fabiano Migueis, que presta assessoria jurídica a parlamentar disse à Agência Brasil que, atualmente, ela presta informações à polícia na qualidade de testemunha.

Migueis disse que a conclusão sobre a arma usada no crime ter sido encontrada na casa da deputada é uma prova técnica e, a princípio, Flordelis respeita o trabalho da polícia e aguarda a resolução do caso. "Não tem o que contestar. É uma prova técnica. Se houver alguma contestação cabe à defesa do Flávio, porque a indicação é de que essa arma é do Flávio. A deputada não tem o que falar", disse.

Ainda conforme o advogado, Flordelis continua com a opinião de que os filhos não estão envolvidos no crime. "Ela não acredita e desconhece qualquer motivo que tenha ocasionado uma discordância na família, porque a família vivia em total harmonia. Agora, se depois das investigações o inquérito apontar que o responsável é um ou mais filhos, ela vai respeitar".

Migueis também criticou o advogado da família do pastor, que para ele, não tem acesso às investigações e para a deputada "quer holofote". De acordo com Migueis, a deputada considera que o advogado não tem credibilidade e atrapalha a investigação.

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Também por questão de sigilo, a delegada Bárbara Lomba também não respondeu aos questionamentos da reportagem.

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