Um novo plano para lidar coma crise da água em São Paulo prevê a restrição e até interrupção diária da captação de água no sistema Cantareira, que enfrenta a maior seca da história. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o plano está escrito em um documento timbrado com as logomarcas do departamento estadual de águas (DAEE) e da agência federal que regula o uso de recursos hídricos no país (ANA) e será debatido nesta semana.
Procurado pelo jornal, o órgão paulista não nega a autenticidade do documento, mas atribui a autoria da proposta à agência federal. Já a ANA afirma que a estratégia foi elaborada em conjunto. O plano limita a retirada de água das bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que alimentam o sistema. A restrição ocorreria quando o nível do Cantareira caísse a menos de 5% e quando as vazões dos rios estivessem muito baixas.
Atualmente, o Cantareira opera com 6,9% de sua capacidade. Nesse ritmo, a marca dos 5% pode ser atingida ainda em outubro se não chover.
Em nota, a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado disse ontem considerar "inoportuna a proposta da ANA, que causaria graves transtornos aos milhões de cidadãos abastecidos pelas bacias". Afirmou ainda estranhar o momento em que o plano vem a público, "sem prévia discussão".