Plenário da Câmara de Vereadores do Rio é liberado após protesto

Os manifestantes pedem que seja dada a presidência da CPI dos Ônibus ao vereador Eliomar Coelho, do Psol

13 ago 2013 - 15h26
(atualizado às 15h33)
<p>Mesmo com a liberação do plenário, outros espaços da Casa continuam ocupados por manifestantes</p>
Mesmo com a liberação do plenário, outros espaços da Casa continuam ocupados por manifestantes
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Os nove manifestantes que ocupavam o plenário da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro desde a última sexta-feira deixaram o local no início da tarde desta terça. Às 14h, teve início uma sessão ordinária que estava prevista, mas poucos parlamentares estiveram presentes - 24 de 51. Não foi permitida a participação de manifestantes na sessão ordinária e somente a imprensa teve acesso ao plenário.

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Segundo os vereadores, os manifestantes podem voltar a ocupar o plenário após a sessão. Ainda na tarde de hoje, a bancada de oposição deve dar uma entrevista coletiva à imprensa para falar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, que teve o seu começo adiado - deveria iniciar nesta terça-feira.

Os manifestantes pedem que seja dada a presidência da comissão ao vereador Eliomar Coelho (Psol), que foi o propositor da CPI. Eles exigem ainda a saída de quatro vereadores aliados ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) da comissão. Chiquinho Brazão e Professor Uoston, do PMDB, são o presidente e relator da comissão respectivamente.

Nenhum dos dois participou da sessão em plenário. "Peço aos vereadores que não assinaram o pedido de CPI que renunciem às suas posições. A reunião de instalação da CPI foi ilegal, convocada desobedecendo ao regimento", afirmou o vereador Renato Cinco (Psol).

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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