A Polícia Militar de São Paulo abriu um procedimento por suspeita de peculato (quando um funcionário público toma posse de algo que pertence à administração pública) contra um soldado chamado Paulo Rogério da Costa Coutinho. O motivo seria o sumiço de uma orquídea do jardim do quartel, onde o militar trabalhava na capital.
Ao jornal Folha de S.Paulo, o advogado do militar, Thiago de Oliveira Lacerda, afirmou que o PM "fazia a manutenção do quartel e apenas mudou a planta de local", negando o furto. Porém, para os superiores do soldado, o desaparecimento da flor, mesmo que momentâneo, pode ser considerado uma transgressão disciplinar de natureza grave, caracterizada como desonrosa e ofensiva ao decoro profissional e atentatória ao Estado. Com a ação, o soldado pode ser até expulso da corporação.
O suposto crime aconteceu na tarde de 23 de fevereiro de 2022, durante a manutenção das instalações do 9º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, localizado na região do Carandiru, na zona norte da cidade. Segundo trecho do Inquérito Policial Militar (IPM), que o jornal teve acesso, o soldado subtraiu uma orquídea do jardim do batalhão e a escondeu no alojamento de soldados e cabos para que não fosse localizada.
Depois, teria movido a flor do dormitório para o refeitório, onde a planta foi encontrada por um sargento, escondida atrás de um extintor de incêndio. De acordo com o documento, toda a ação foi flagrada por câmeras de monitoramento.
O sumiço de tal planta do jardim teria sido notado pelo tenente-coronel Carlos Eduardo Banhos Ignácio, comandante do batalhão à época, e por uma capitã que o acompanhava na ocasião. Segundo outro trecho da denúncia, antes da localização, Ignácio chegou a questionar o soldado sobre o paradeiro da orquídea, mas Coutinho teria permanecido em silêncio.
Em nota, a Polícia Militar informou que os processos avaliam a incapacidade moral do soldado a permanecer de forma ativa na corporação, porém, os fatos ainda estão sendo apurados pela Justiça Militar.
“O Conselho de Disciplina destina-se a declarar a incapacidade moral da praça para permanecer no serviço ativo da Polícia Militar. Cabe ainda esclarecer que os fatos que ensejaram a instauração dos citados Conselhos também estão sendo apurados pela Justiça Militar Estadual", escreveu a corporação.
A PM reafirmou ainda seu compromisso com a justiça, agindo de forma transparente e responsável em seus processos internos, sempre garantindo o respeito aos direitos daqueles que estão sob investigação ou acusação.