A Polícia Militar (PM) reprimiu com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral a manifestação organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo. Após a ação da polícia, houve correria no centro da cidade, e algumas agências bancárias foram depredadas. De acordo com a PM, dez pessoas foram detidas.
Polícia tenta dispersar ato na frente da Prefeitura. Foto:
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16 janeiro 2015
O ato começou às 17h na Praça do Ciclista, na avenida Paulista, e por volta das 18h45 seguiu em direção à Prefeitura de São Paulo pela rua da Consolação. O MPL informou que 15 mil pessoas participaram do protesto, enquanto a PM estimou 3 mil manifestantes. Apesar da presença de black blocs, a passeata foi pacífica.
A confusão teve início em frente ao prédio da prefeitura, quando os manifestantes se preparavam para seguir em marcha até a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, do governo do Estado, também no centro. Manifestantes arremessaram uma garrafa e dispararam fogos de artifício em direção aos policiais que protegiam o prédio da prefeitura – sem atingi-los –, o que foi suficiente para que a PM revidasse com uma série de bombas no meio da multidão.
Houve correria, e algumas pessoas passaram mal por conta do gás lacrimogêneo. Os atos de vandalismo foram registrados após a ação da PM, quando manifestantes se dispersaram pelas ruas do centro e pelo Vale do Anhangabaú. De acordo com a Polícia Militar, o vidro de uma viatura foi quebrado a pedradas e três agências bancárias foram depredadas - Banco do Brasil na rua Xavier de Toledo, Caixa Economica Federal na rua Líbero Badaró e CityBank na avenida São João.
Segundo o major Victor Fedrizzi, comandante da operação, a repressão com bombas foi motivada pelo disparo do fogo de artifício. Naquele momento, os manifestantes acabavam de fazer uma intervenção no prédio da prefeitura, com uma projeção que trazia críticas ao prefeito Fernando Haddad (PT), ao som de funk. Com a repressão, o ato não chegou à Secretaria dos Transportes.
Trajeto
O percurso do protesto e o seu destino final foram decididos após uma assembleia realizada na Praça do Ciclista na Avenida Paulista. O trajeto que previa marcha pela rua da Consolação até a prefeitura e a secretaria era o único – entre cinco opções – que previa chegar a um órgão do governo de Geraldo Alckmin (PSDB)
A Polícia Militar havia informado mais cedo que, por medida de segurança, a marcha não poderia seguir pela Avenida Paulista por conta de obras para construção de uma ciclovia no local. De acordo com a corporação, o material disponivel na via poderia, eventualmente, ser usado por vândalos.
Este foi o Segundo Grande Ato contra a Tarifa, organizado pelo MPL. O movimento exige a revogação do aumento das tarifas de ônibus, trem e metrô, que passaram de R$ 3 para R$ 3,50 no dia 6 de janeiro. O ato da semana passada terminou com depredação, bombas e mais de 50 detidos.
Colaboraram com esta notícia os leitores Caio Wilmers Manço, de São Paulo (SP), e Tiago de Oliveira Pereira, de Jandira (SP), que participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.