Polícia apreende 10 fuzis e 1,5 tonelada de cocaína em possível sítio do PCC; valor supera R$ 30 mi

Hipótese é de que armamento pertencia a uma célula criminosa investigada por financiar ataques a carros-fortes e a transportadoras de valores; três suspeitos foram presos; reportagem não localizou defesa

7 out 2024 - 17h51

A Polícia Civil apreendeu 10 fuzis de guerra e 1,5 tonelada de cocaína pura em um caminhão localizado em um sítio em Aguaí, no interior de São Paulo. A operação foi realizada no domingo, 6, após investigadores passarem cerca de 15 dias de campana na região.

Ao menos três armas teriam sido desviadas do Exército da Bolívia, segundo a polícia.
Ao menos três armas teriam sido desviadas do Exército da Bolívia, segundo a polícia.
Foto: Polícia Civil/Divulgação / Estadão

Três suspeitos foram presos, incluindo o dono do sítio em que se deu a ação. O grupo é investigado por um possível elo com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A reportagem não localizou a defesa dos suspeitos.

A estimativa da polícia é que, vendida internamente, a droga apreendida poderia render R$ 30 milhões aos criminosos. Já as armas são avaliadas em R$ 860 mil.

A hipótese da polícia é de que o armamento, encontrado por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), seria de uma célula criminosa do PCC investigada por financiar ataques a carros-fortes e a transportadoras de valores.

Ao menos três dessas armas teriam sido desviadas do Exército da Bolívia, segundo a polícia. O restante ainda deve passar por exames de balística para identificação da origem.

"É uma das principais ocorrências dessa gestão, porque, além da asfixia financeira, retira poder de fogo do crime organizado", disse nesta segunda-feira, 7, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Conforme o Deic, o bando era investigado há cerca de quatro meses pela 4.ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat). Em junho, os policiais descobriram um endereço em Cordeirópolis que serviria para esconder armas para a organização criminosa. Na época, os agentes estiveram no endereço, mas o bando havia abandonado o local.

Ao longo das investigações, os policiais identificaram que a quadrilha mudou a rotina para evitar a localização do bando. Além de ter entendido que se tratava de uma atuação mais ampla, suspeita por distribuir cocaína internamente no Estado de São Paulo.

"Durante a investigação, percebemos que eles (criminosos) estavam aproveitando a logística e 'caminhando' junto com as drogas", disse o delegado Fabio Sandrin, titular da 4.ª Disccpat.

Com o monitoramento de um dos investigados, os agentes chegaram até um sítio na cidade de Aguaí, a 200 quilômetros da capital paulista.

Como se deu a operação?

Neste domingo, o Deic montou uma operação policial e cercou o sítio. No endereço, três suspeitos foram presos, mas a hipótese é que há ao menos dez envolvidos.

No sítio, foi localizada cerca de 1,5 tonelada de cocaína pura. "Essa droga chegava (no sítio) e rapidamente chegavam diversos veículos para distribuição", disse Sandrin.

A investigação aponta que o grupo atuava com distribuição interna de cocaína no Estado, em esquema conjunto com o tráfico de armas. "Essa droga saía rapidamente junto com as armas."

Só no caminhão interceptado havia um arsenal:

  • dez fuzis um tipo AR 10, 6 FAL calibre 7.62
  • um AK calibre 7,62
  • dois SIG .30.

Além disso, os policiais acharam 325 munições de diversos calibres e 53 carregadores.

Os envolvidos, de 27, 31 e 42 anos, foram encaminhados à sede do Deic, na zona norte da capital paulista, onde permaneceram presos em flagrante. Dois deles já tinham passagem pela polícia, um por tráfico de drogas (no Mato Grosso) e outro por roubo de armas. O caso foi registrado como tráfico de drogas, porte ilegal de arma e associação para o tráfico na 4.ª Disccpat.

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Quantidade de cocaína apreendida poderia render R$ 30 milhões aos criminosos, estimam os policiais.
Foto: Polícia Civil/Divulgação / Estadão
Ao menos três armas teriam sido desviadas do Exército da Bolívia, segundo a polícia.
Foto: Polícia Civil/Divulgação / Estadão
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