SÃO PAULO - A Polícia Civil prendeu um novo suspeito de envolvimento no assassinato de Flaviana Guimarães, de 40 anos, Romuyuki Gonçalves, de 43, e Juan Victor Gonçalves, de 15. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública não deu detalhes sobre a prisão e afirma que o caso segue em investigação e sob segredo de Justiça.
Elas foram detidas temporariamente, por 30 dias, após os delegados responsáveis pelo caso terem encontrado contradições nos depoimentos de ambas sobre a noite do crime. "Depois do depoimento, já se supunha que algo de estranho estava acontecendo na versão que elas apresentavam", disse o delegado Ronaldo Tossunian, seccional de São Bernardo.
A família foi encontrada carbonizada no porta-malas de um veículo encontrado na madrugada de terça-feira, 28, em uma estrada rural de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
A família de Flaviana Gonçalves já afirmou não ter dúvidas quanto ao envolvimento da filha da vítima no triplo homicídio.
Cronologia do caso
- Carro da família, um Jeep Compass chega ao condomínio por volta das 22h da segunda-feira, 27. Polícia acredita que esteja sendo dirigido por Flaviana. Na casa, estariam Romuyuki, Juan Victor, Ana Flávia e Carina, que havia chegado a pé poucas horas antes.
- Por volta da 1h da terça-feira, 28, o carro de Ana Flávia e o carro Compass, de Flaviana, saem do condomínio. A polícia acredita que parte das mortes já tinha ocorrido nesse momento e provavelmente os corpos estavam no porta-malas de algum dos carros. Flaviana estaria dirigindo sob ameaça das suspeitas.
- Carro da família deixa condomínio na madrugada do crime. Veículo foi incendiado poucas horas depois
- Perto das 3h da terça-feira, 28, a polícia é acionada para uma ocorrência envolvendo um carro incendiado na Estrada do Montanhão, em São Bernardo. No porta-malas do Compass, encontram corpos carbonizados, mas naquele momento não conseguem quantificar o número de vítimas. Os corpos são levados para o IML e identificados a partir da arcada dentária. Eram Romuyuki, Flaviana e Juan Victor.
- Na madrugada da terça, Ana Flávia e Carina prestam depoimento na polícia. Elas dizem que a família tinha uma dívida de R$ 200 mil com um agiota e que ele era violento. Acrescentam que Flaviana saiu de casa, de madrugada, para realizar o pagamento, e disse que iria para Minas Gerais na sequência. Informações levantam primeiras suspeitas da polícia, principalmente em razão da presença de Juan Victor num pagamento a um agiota de madrugada, o que é pouco provável.
- Outras contradições levam a polícia a apresentar à Justiça um pedido de prisão temporária de Ana Flávia e Carina. O pedido é deferido e elas são presas na noite de quarta-feira, 29. Elas ficarão presas por no mínimo 30 dias. A polícia não esclareceu qual motivo teria levado o casal a atacar a própria família.