Polícia Civil realiza maior operação contra lavagem de dinheiro no Rio Grande do Sul

Investigações desarticulam rede criminosa com movimentação superior a R$ 500 milhões ligada ao tráfico de drogas

13 dez 2024 - 10h55
(atualizado às 10h58)

A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (11/12) a Operação Beatus, destinada a desmantelar uma complexa rede de lavagem de dinheiro vinculada ao narcotráfico. Comandada pela Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD/Denarc), a ação envolveu 200 agentes de diversos estados e resultou no cumprimento de 48 mandados de busca e apreensão, além de 17 prisões preventivas.

Os mandados foram executados em cidades do Rio Grande do Sul, como Porto Alegre e Capão da Canoa, além de estados como Santa Catarina, Paraná, Tocantins e Mato Grosso do Sul. Durante a operação, foram apreendidos veículos de luxo e bloqueados bens estimados em R$ 122 milhões, incluindo 15 fazendas com pistas de pouso e 13 imóveis de alto padrão.

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Investigação revela esquema sofisticado

De acordo com o delegado Adriano Nonnenmacher, titular da DRLD/Denarc, a organização movimentou mais de R$ 500 milhões em operações dissimuladas no sistema financeiro, utilizando empresas de fachada, "laranjas" e falsificação de informações fiscais. O grupo operava como uma grande corporação, com hierarquias bem definidas e métodos para evitar detecção por bancos e autoridades financeiras.

O esquema envolvia triangulação e pulverização de transações, além de investimentos em cooperativas, fintechs e fundos de participação. Os suspeitos, incluindo empresários e profissionais liberais, utilizavam códigos para se comunicar e manter a discrição em suas atividades ilícitas.

Recorde em apreensões

Segundo o delegado Carlos Wendt, diretor-geral do Denarc, a operação é a maior da história da Polícia Civil gaúcha em termos de sequestros de bens ligados ao tráfico de drogas. A estratégia de descapitalizar líderes do crime organizado tem sido uma prioridade do Denarc, visando reduzir a capacidade de financiamento das atividades criminosas e promover ações penais mais eficazes.

A investigação continuará com análise de provas e cooperação entre diferentes órgãos para garantir a responsabilização dos envolvidos.

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