O relatório da Polícia Civil do Rio no âmbito da Operação Gárgula, que investiga supostos crimes cometidos por Adriano da Nóbrega, deixou de fora uma denúncia envolvendo o Palácio do Planalto a respeito da morte do ex-PM, no início de 2020, informa o jornal Folha de S. Paulo.
Em uma escuta telefônica autorizada pela Justiça, a irmã de Adriano, Daniela da Nóbrega, afirma que o Palácio do Planalto ofereceu cargos comissionados em troca da morte do irmão, acusado de envolvimento no esquema de rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e de comandar milícias no Rio de Janeiro.
"Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo", diz na ligação grampeada.
A conversa de Daniela com uma tia, denunciando a suposta oferta vinda do Planalto, foi omitida no relatório. Somente um resumo da conversa de outra irmã do ex-PM, chamada Tatiana, é mencionada em apenas três linhas.
A reportagem procurou a Polícia Civil para comentar o caso, mas não houve resposta. O Palácio do Planalto e a defesa de Daniela da Nóbrega ainda não se posicionaram.
Adriano da Nóbrega morreu em uma operação policial realizada em Esplanada, na Bahia, no dia 9 de fevereiro de 2020.