Polícia identifica 7 suspeitos por depredações em Brasília

21 jun 2013 - 19h41
(atualizado às 19h43)

A Polícia Civil do Distrito Federal afirma ter identificado sete envolvidos nos atos de vandalismo que ocorreram durante a manifestação de quinta-feira em Brasília. Segundo a corporação, quatro foram descobertos por investigações e três, por denúncias. Os envolvidos, afirma a polícia, têm entre 18 e 25 anos. Até a manhã desta sexta-feira, três suspeitos de participar do vandalismo, que ocorreu principalmente no Itamaraty (sede do Ministério das Relações Exteriores) e na Catedral Metropolitana de Brasília, haviam sido presos.

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A vandalização começou após um confronto entre um pequeno grupo de pessoas infiltradas entres os manifestantes, que provocaram policiais que formavam um cordão de isolamento em frente ao Congresso Nacional. Na ocasião, a PM dispersou os vândalos com spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Parte dos manifestantes pacíficos saiu do gramado em direção ao Eixo Rodoviário, uma das principais vias do DF, para dar continuidade ao protesto. Outra parcela seguiu para o Itamaraty, que fica ao lado do Congresso, e tentaram invadir o prédio. Em seguida, esse grupo subiu o Eixo Monumental deixando um rastro de destruição.

O grupo pichou prédios dos ministérios, arrancou placas de trânsito, lixeiras, quebrou holofotes e destruiu completamente as paradas de ônibus ao longo do Eixo Monumental. Eles chegaram até a Catedral Metropolitana, atiraram uma pedra que trincou o vitral de um dos monumentos mais visitados de Brasília. Projetada por Oscar Niemeyer, a Catedral ficou dois anos em reforma e fechada por quatro meses justamente para a troca dos vitrais. Partes do monumento foram pichadas pelos vândalos.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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