A Polícia Civil prendeu dois suspeitos de participarem da chacina que resultou na morte de cinco pessoas no início de julho, em um apart-hotel na praia de Canasvieiras, em Florianópolis. O primeiro suspeito, de 21 anos, foi preso na sexta-feira, 10, em Santana do Livramento (RS), na fronteira do Brasil com o Uruguai. Já o segundo possível envolvido foi preso neste sábado, 11, em São José, na região metropolitana da capital catarinense. As prisões são temporárias e o nome dos suspeitos não foram revelados.
Com as prisões, a Polícia Civil espera conseguir elucidar os detalhes da chacina. As vítimas foram mortas por asfixia com gasolina depois de serem rendidas no apart-hotel da família do empresário Paulo Gaspar Lemos, 78. Os criminosos permaneceram no local por mais de seis horas.
Além do empresário, também foram mortos os seus filhos, Paulo Júnior, 51, Kátya, 50, e Leandro, 44. A quinta vítima foi Ricardo Lora, 39, sócio dos Lemos. Os corpos foram encontrados com as mãos amarradas para trás e em cômodos diferentes do prédio. A empregada da família, que teria fugido da cena do crime, foi a única sobrevivente.
O delegado Ênio Mattos, titular da Delegacia de Homicídios da capital catarinense, mantém a suspeita inicial de que o crime foi motivado por dívidas. "A suspeita é de que eles mataram por motivo de dívidas, não existe essa hipótese de eles terem sido contratados por alguém", disse.
O preso em São José, segundo a polícia, era morador da região norte de Florianópolis, onde o crime aconteceu, mas estaria em São José para se esconder. Depois de localizar o suspeito, a polícia fez campanha desde a noite de sexta até realizar a prisão na manhã deste sábado. Um terceiro suspeito de ter participado do crime continua solto.
Família teria deixado dívida milionária em São Paulo
A família Lemos, que é natural de São Paulo, vivia em Florianópolis há cerca de dez anos. Na capital paulista deixaram um rastro de dívidas milionárias. Após o crime, o site da Revista Piauí revelou que, somente em São Paulo, a dívida da família chegava a R$ 227 milhões. Em São Paulo, a família foi dona de uma revendedora de carros.
Em Florianópolis, os Lemos abriram casas de eventos, compraram mansões em Jurerê Internacional e um apart-hotel, o Venice Beach, onde viviam após os negócios não prosperarem e as casas serem penhoradas por bancos.