Polícia vai intervir em paralisação de ônibus em São Paulo

21 mai 2014 - 17h17
(atualizado às 19h07)
Coletivos estão parados e fazem filas no entorno do terminal Dom Pedro
Coletivos estão parados e fazem filas no entorno do terminal Dom Pedro
Foto: Alan Morici / Terra

Após reunião entre o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, e o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, a polícia de São Paulo irá intervir na paralisação de ônibus que acontece na capital paulista desde a manhã da última terça-feira. Pelo menos 12 garagens foram bloqueadas e centenas de ônibus não circularam pela cidade desde ontem por conta de indefinições a respeito de um reajuste salarial a motoristas e cobradores. Apesar disso, a PM não poderá retirar os ônibus que bloquearem as vias.

“Fizemos uma reunião e acertamos um procedimento de urgência, de emergência, que procura fazer com que a relação da PM e da Polícia Civil com a SPTrans e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) seja rápida. Vai ter um membro da SPTrans no Copom (central de monitoramento da polícia). Este membro vai fazer a relação online com o comando da polícia para quando precisar do reforço policial para retirar o veiculo para garantir que a segurança do agente aconteça imediatamente”, disse Tatto. Segundo o secretário, a ação acontecerá imediatamente.

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Tatto foi pessoalmente à Secretaria de Segurança Pública pedir ajuda à Polícia Militar e conversar com Grella. Porém, algumas horas antes, o secretário municipal afirmou ter havido “passividade” por parte da Polícia Militar para agir contra o problema na capital. Apesar dessa declaração de Tatto, Grella disse ter havido um “equívoco”. O secretário de segurança afirmou ainda que o Ministério Público está no papel de investigar essa possível omissão da polícia.

“Há um equívoco nessa afirmação. Não houve passividade. O Ministério Público vai exercer seu papel. Respeitamos e vamos prestar as informações necessárias. A PM exerceu seu papel e quer cumprir seu dever. A maior demonstração disso é termos aberto um espaço para a SPTrans no Copom. Tudo o que é papel da PM será feito. Se houver novas ocorrências, a polícia estará a postos para evitar tumulto, para assegurar a ação da CET na remoção de ônibus e deslocamento. O direito de greve existe, mas a policia não tem esse papel de gestão”, afirmou Grella.

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De acordo com Tatto, em cerca de 15 das centenas de ônibus parados nas ruas e garagens de São Paulo os motoristas foram tirados a força do volante. Segundo o secretário, motoqueiros armados se aproximaram e obrigaram o motorista a descer do veículo, levando a chave e cortando a correia do motor. Apesar disso, Tatto e Grella afirmaram não acreditar na possibilidade de haver ligação com o crime organizado.

“Não falamos do PCC (Primeiro Comando da Capital), mas há uma preocupação com esses atos. Esse tipo de ação com pessoa armada, temos que identificar. Fizemos o relato na central de controle e passamos pra polícia”, disse Tatto. “Não há nenhum indício de crime organizado, mas não descartamos nenhuma possibilidade”, explicou Grella.

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Para Tatto, porém, uma grande parte desses atos são feitos por criminosos. “Uma parte com certeza são criminosos, como atos como esse de pessoas com armas. Além disso, estão abrindo capô do ônibus para cortar correia. Quero crer que motorista trabalhador não esteja fazendo isso. Se for motorista, mais grave ainda, e a identificação é mais fácil”, disse.

Foto: Arte / Terra

Fonte: Terra
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