Porto Alegre: manifestantes desistem de marcha e farão protesto em praça

27 jun 2013 - 14h44
(atualizado às 14h47)

O protesto marcado para a noite desta quinta-feira, em Porto Alegre, não terá marcha pelas ruas da cidade, como vinha ocorrendo nos últimos atos realizados na capital gaúcha. O Bloco de Luta pelo Transporte Público, um dos grupos que vêm organizando as manifestações, afirmou que o ato será na praça da Matriz, no centro, em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.

Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas

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Manifestações tomam as ruas do País; veja fotos

"Hoje o nosso ato é cultural. Levaremos nossas reivindicações, música e arte para a praça da Matriz!", escreveu o Bloco de Luta pelo Transporte Público no evento criado no Facebook para divulgar o evento. "Vamos ocupar a praça, não marcharemos para nenhum lugar."

A decisão de cancelar a marcha foi tomada nesta quinta-feira para evitar novos confrontos com a Brigada Militar (Polícia Militar), como o ocorrido na última segunda-feira. No último protesto em Porto Alegre, manifestantes tentaram marchar da prefeitura em direção ao Palácio Piratini, mas foram impedidos pelos policiais. Houve atos de vandalismo e saques a lojas, e o conflito terminou com mais de 100 pessoas detidas.

O ato na praça na noite de hoje terá até shows de pelo menos quatro bandas. Segundo o grupo, estão confirmadas apresentações das bandas Apanhador Só, Zamba Bem, Brilho da Lata e Triathlon.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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