Professores e funcionários da rede estadual de ensino do Paraná decidiram, em assembleia na manhã desta segunda-feira (9), suspender a greve das categorias, que já durava 29 dias. O Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) informou que os trabalhadores devem voltar às escolas amanhã (10) e as aulas começam na quinta-feira (12).
De acordo com o sindicato, nesses dois dias, os professores vão reorganizar as turmas e escolas. Apesar do retorno, os docentes aprovaram a manutenção do estado de greve. Isso significa que a paralisação pode ser retomada caso o governo estadual descumpra algum dos acordos firmados desde o início do movimento.
Em nota, a Secretaria de Educação do Paraná informou que vai convocar as lideranças grevistas para estabelecer um cronograma de reposição das aulas. “A Secretaria da Educação iniciou um esforço concentrado e está convocando diretores, professores e funcionários para que assumam o compromisso de deixar as escolas preparadas para receber os estudantes após o fim da greve do magistério”. A greve afetou 970 mil alunos das 2,1 mil escolas estaduais, segundo o governo do Paraná
A paralisação foi deflagrada em 9 de fevereiro, quando a Assembleia Legislativa do Paraná iria votar um conjunto de medidas propostas pelo governo estadual que incluíam a mudança da plano de previdência dos servidores públicos, a redução do anuênio e mudanças no plano de carreira dos professores, entre outras medidas. Funcionários públicos estaduais chegaram a ocupar o plenário da Casa, até que o Executivo retirou os projetos e se comprometeu a não apresentar qualquer projeto de lei que “suprima direitos dos servidores públicos”.
Com a greve, a categoria conseguiu o pagamento da rescisão contratual dos professores temporários, a garantia do pagamento do terço de férias dos professores da educação básica e das instituições de ensino superior do Estado até o dia 31 deste mês. O governo estadual também nomeou 463 professores e mil pedagogos. Agora, serão quase 6 mil novos servidores nas escolas públicas do Paraná.
As principais reivindicações que ainda mantinham os professores em greve eram o pagamento de promoções, que está atrasado, e a progressão de carreira. Na última sexta-feira (6), o governo do Paraná prometeu quitar os atrasados dos funcionários até agosto, e dos professores até outubro.