Prefeito do Rio diz que acatará decisão da Câmara sobre CPI dos Ônibus

10 ago 2013 - 17h36
(atualizado às 17h42)
Manifestantes que ocupam a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro protestam contra a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus
Manifestantes que ocupam a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro protestam contra a composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, assegurou neste sábado que vai acatar qualquer decisão da Câmara Municipal em relação à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, cuja composição é objeto de protesto de manifestantes que ocupam desde ontem o plenário da Casa.

Ao conversar com jornalistas durante a inauguração, neste sábado, do Polo Gastronômico Mestre Delgado, na quadra da Escola de Samba da Mangueira, na zona norte da cidade, Paes disse que seu governo sempre deixou "muito à vontade os vereadores" para fazer o que quisessem. "Tanto que vários vereadores da base assinaram a CPI e trabalharam por ela. O que compete ao governo é esperar que o trabalho seja o melhor possível e tenha resultado".

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O prefeito deixou claro que seu governo, "em nenhum momento", se posicionou contra ou a favor da CPI. "O governo respeita a Câmara de Vereadores. Então, o que a Câmara decidir é o que a gente vai acatar", reiterou.

O Polo Gastronômico da Mangueira permitiu a realização de obras de reurbanização da Rua Visconde de Niterói. No local das antigas barracas situadas próximas à escola de samba, foram construídos 55 quiosques, dois depósitos para mesas e cadeiras e seis banheiros, além de estacionamento com 45 vagas e área exclusiva para mototaxistas.

As obras foram iniciadas em março de 2012. Os investimentos no projeto alcançaram R$ 1,2 milhão.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Agência Brasil
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