A prefeitura de Porto Alegre (RS) anunciou nesta segunda-feira que abrirá nova Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) para a construção do metrô da capital gaúcha. A medida se deve ao custo dos estudos apresentados na primeira PMI, que chegaram a R$ 9,5 bilhões, enquanto a prefeitura trabalha com um orçamento de R$ 3,085 bilhões.
Conheça o projeto do metrô de Porto Alegre
Dois estudos foram entregues no dia 7 de fevereiro. Um deles, da empresa espanhola Brusten P. M., foi desclassificado por não apresentar os itens mínimos previstos no edital. A outra proposta, do Consórcio Invepar/Odebrecht, foi analisada pelos técnicos da prefeitura e previa a construção do metrô pelo método Shield (conhecido no País como tatuzão). O método prevê a escavação profunda mecanizada. "Esta seria a opção que causaria menor impacto na mobilidade. Mas, pelo custo, se torna inviável. Por isso optamos pela construção do metrô no método cut and cover (corta e cobre)", afirmou o prefeito José Fortunati (PDT). Pelo sistema cut and cover, a escavação é mais rasa, a partir da superfície, causando mais impacto nas vias terrestres.
Quando anunciada, as obras do metrô estavam orçadas em R$ 2,4 bilhões. "Diante dessa diferença de valores, decidimos abrir nova PMI. A nova proposta aproveitará o estudo que já foi feito, no que diz respeito às integrações, tecnologias e orçará a construção do metrô pelo método cut and cover", argumentou o secretário de Gestão da prefeitura, Urbano Shimitt.
O secretário estadual do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, garantiu o apoio do governo do Estado à escolha técnica feita pela prefeitura. "O governador Tarso Genro (PT) salientou que o governo do Estado apoia a decisão da administração municipal de abrir nova PMI para construção do metrô", disse.
As obras
O metrô de Porto Alegre está baseado em um modelo de integração com os sistemas de BRTs e com o Trensurb. Com extensão de 14,88 quilômetros, a Fase 1 de implantação do metrô terá 13 estações, distribuídas entre as proximidades da Esquina Democrática, no Centro, e a sede da Federação Das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), na zona norte. O traçado seguirá pelas avenidas Borges de Medeiros (extensão Rua da Praia), Voluntários da Pátria, Farrapos, Cairú, Brasiliano de Moraes e Assis Brasil.
Com tecnologia baseada em um metrô leve com alimentação elétrica, estima-se que o transporte atenda diariamente 300 mil usuários, ampliando a oferta de transporte coletivo e estimulando a redução do uso do automóvel.