O subprefeito da Sé, Marcos Barreto, fez nesta quarta-feira um balanço da ação de um grupo de vândalos na região central de São Paulo durante o protesto da noite de terça-feira na capital paulista. Segundo Barreto, 29 estabelecimentos foram depredados, entre lojas e agências bancárias. Prédios antigos que são tombados pelo patrimônio histórico, como o Theatro Municipal de São Paulo e a prefeitura, foram pichados.
A equipe da subprefeitura se reuniu com o Departamento do Patrimônio Histórico da cidade para avaliar como será feita a limpeza. Os trabalhos de remoção do rastro de destruição deixado pelos vândalos nesses edifícios deve começar anda nesta quarta-feira. A expectativa é que as pichações sejam removidas até quinta-feira.
Segundo a subprefeitura, 350 pessoas trabalham na limpeza no centro e na região da rua Augusta. Segundo o subprefeito Marcos Barreto, o serviço começou ainda durante a madrugada e já está bem avançado. "O trabalho já começou a ser feito, para devolver à cidade o que foi destruído", disse ele.
Ao todo, 189 lixeiras públicas foram depredadas pelo grupo. O pórtico na praça do Patriarca também sofreu várias pichações. Sete bandeiras do município e do Estado foram danificadas e serão recolocadas.
Segundo a prefeitura, 95 ônibus foram depredados. Dois coletivos foram queimados, e um teve perda total e outro parcial.
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Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.
Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.
Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.
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O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.
As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.
As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40.
O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.
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Durante protesto na noite desta terça-feira no centro de São Paulo, vândalos aproveitaram o fim do ato para praticar saques e destruir lojas e agências bancárias. Na foto, jovem depreda unidade da rede McDonald's
Foto: Gabriela Biló
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Mulher é presa na praça do Patriarca, em São Paulo, com vários produtos saqueados de lojas durante o protesto da noite de terça-feira
Foto: Edison Temoteo
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Após invadir loja da rede de fast food McDonald's, jovem utiliza máquina de sorvete no centro de São Paulo
Foto: Gabriela Biló
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Após invasão, jovens discutem dentro de loja do McDonald's na região central da capital paulista
Foto: Brazil Photo Press
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Agências bancárias também foram alvo de vândalos. Um grupo ateou fogo a um estabelecimento que fica no térreo do antigo Hotel Othon
Foto: Gabriela Biló
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Objetos foram retirados de dentro da agência bancária e colocados na rua
Foto: Marcos Bizzotto
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Agência do banco Itaú ficou destruída depois da passagem de grupo de vândalos
Foto: Fernando Borges
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Estações de trabalho de funcionários da agência foram depredadas
Foto: Fernando Borges
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Grupo foi preso na Secretaria de Segurança Pública durante protesto após saquear lojas
Foto: Alice Vergueiro
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Uma loja da Oi também foi saqueada no centro de São Paulo
Foto: Brazil Photo Press
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Vândalos quebraram vitrine e roubaram pares de tênis em loja de calçados
Foto: Brazil Photo Press
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Unidade da rede de lojas O Boticário também foi saqueada na noite desta terça-feira em São Paulo
Foto: Brazil Photo Press
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Lojas Americanas também foram alvo de vândalos em São Paulo
Foto: Fernando Borges
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Vândalos destruíram fachadas de estabelecimentos no centro da capital paulista
Foto: Fernando Borges
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Joalheria também foi invadida e saqueada no centro de São Paulo nesta terça-feira
Foto: Fernando Borges
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Joalheria também foi invadida e saqueada no centro de São Paulo nesta terça-feira
Foto: Fernando Borges
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Unidade da rede de lojas Magazine Luiza ficou destruída após a passagem de vândalos
Foto: Fernando Borges
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Jovem mostra manequim furtado durante invasão a loja de roupas no centro de São Paulo, após protesto contra o aumento da passagem
Foto: Fernando Borges
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Policiais militares observam a ação de vândalos no centro de São Paulo
Foto: Fernando Borges
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Homem esvazia saco de lixo para colocar dois monitores de LCD após saques no centro de São Paulo
Foto: Fernando Borges
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Jovens posam ao lado de televisor destruído após saque em loja em São Paulo
Foto: Fernando Borges
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Fachadas de lojas são destruídas por grupo de vândalos após protestos no centro de São Paulo
Foto: Marcos Bizzotto
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Manequins jogados na rua mostram a destruição que vândalos provocaram no centro de São Paulo após protesto pacífico de milhares de pessoas
Foto: Fernando Borges
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Manifestantes exaltados colocaram fogo em boneco durante protesto, momentos antes de tentar invadir a prefeitura de São Paulo
Foto: Tico Alzani
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Manifestantes depredaram a entrada da prefeitura de São Paulo e tentaram invadir o prédio
Foto: Tico Alzani
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Policiais se escondem dentro do prédio da prefeitura; vidros da fachada foram quebrados
Foto: Tico Alzani
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Protesto violento deixa rastro de destruição na prefeitura de São Paulo
Foto: Tico Alzani
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Manifestantes tiraram barras de proteção que cercavam o prédio, e tentaram invadir o local
Foto: Tico Alzani
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Grupo exaltado passou por cima de grades de proteção, e depredou a fachada da prefeitura
Foto: Tico Alzani
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Na manhã desta quarta-feira, foi possível ver telefones públicos quebrados durante protesto no centro de São Paulo
Foto: Tico Alzani
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Ciclista observa pichação na marquise da Praça do Patriarca, em frente à prefeitura
Foto: Tico Alzani
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Posto policial foi alvo de vandalismo e ficou completamente destruído
Foto: Tico Alzani
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Janela de posto policial em frente à prefeitura foi quebrado por manifestantes exaltados
Foto: Tico Alzani
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Cabine foi incendiada, derrubada e teve vidros quebrados
Foto: Tico Alzani
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Janelas do prédio da Prefeitura de São Paulo foram amanheceram depredadas