Prefeitura de SP vai à Justiça para exigir que Enel restabeleça energia sob pena de multa

Falta de energia elétrica ainda afeta 220 mil imóveis, entre residências e estabelecimentos comerciais, na capital paulista e na Grande SP

15 out 2024 - 13h04
(atualizado às 13h49)
Enel afirma que pretende cumprir prazo de três dias para restaurar energia em SP
Enel afirma que pretende cumprir prazo de três dias para restaurar energia em SP
Foto: Divulgação/Enel Distribuição São Paulo

A Prefeitura de São Paulo entrou com ação civil pública no Tribunal de Justiça contra a concessionária Enel, nesta segunda-feira, 14, pedindo, entre outras providências, a restauração imediata da energia nos imóveis que estão sem serviço desde a última sexta-feira, 11. Caso a medida não seja cumprida, o município solicita a aplicação de uma multa diária de R$ 200 mil.

Segundo atualização da Enel na tarde desta terça-feira, 15, a falta de energia elétrica ainda afeta 220 mil imóveis, entre residências e estabelecimentos comerciais, na capital paulista e na Grande São Paulo.

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A administração municipal afirma que, quatro dias após a tempestade que atingiu a cidade, 49 árvores ainda aguardam a ação da concessionária para que as equipes da prefeitura possam iniciar os trabalhos de remoção e limpeza.

Na ação contra a Enel, a Prefeitura também exige que a concessionária informe, em até 24 horas, o tempo necessário para restabelecer o fornecimento em cada unidade afetada; quantas equipes foram efetivamente mobilizadas e qual a composição dessas equipes, tanto em quantidade quanto em especialização técnica; além de detalhar quantos atendimentos cada equipe realizou.

Também é solicitado que a concessionária passe a compartilhar, em tempo real, a localização por GPS dos veículos usados pelas equipes de emergência, informando quantas equipes foram designadas para cada bairro e a estimativa de atendimento para cada ocorrência, junto com a ordem de prioridade.

A Prefeitura de São Paulo argumenta que, mesmo após uma decisão judicial anterior e várias tentativas de negociação com a Enel, “os eventos de sexta indicam que não está em curso qualquer movimento real, voltado a uma mudança efetiva de comportamento” e que, por isso, "não restou outra opção" senão acionar a Justiça novamente.

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A ação destaca que a Enel está em "crônico descumprimento" do Plano Anual de Podas de 2023, ponto que já havia sido abordado em outros processos. Além disso, a prefeitura alega que a concessionária não apresentou um Plano de Contingência adequado às necessidades de São Paulo, levando em consideração a grande quantidade de árvores em contato com a rede elétrica e as condições climáticas adversas que ocorrem anualmente entre outubro e março.

"Os vendavais, de acordo com os registros preliminares, propiciaram a queda de 386 árvores. Parte delas, por estarem próximas à fiação elétrica - e, por inércia da Enel, com manejos em atraso, conforme exaustivamente demonstrado ao longo desta demanda -, causaram a interrupção no fornecimento de energia elétrica para mais de 1,6 milhão de pessoas", afirma trecho do documento assinado pela procuradora-geral do Município, Marina Magro Beringhs Martinez.

Segundo a Prefeitura, essa não é a primeira vez que o município aciona a Enel na Justiça. Desde o ano passado, a administração municipal afirma que já encaminhou dois ofícios ao Tribunal de Contas e outros dois à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), solicitando ações concretas contra a concessionária, maior rigor na fiscalização do contrato de concessão e a aplicação de multas à Enel.

O Terra procurou a Enel e está aguardando o posicionamento da empresa sobre a ação judicial.

Fonte: Redação Terra
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