Presidência confirma reunião de Dilma com Movimento Passe Livre

24 jun 2013 - 10h07
(atualizado às 10h19)
<p>Milhares saíram às ruas no Brasil nas últimas semanas para protestar contra motivos diferentes</p>
Milhares saíram às ruas no Brasil nas últimas semanas para protestar contra motivos diferentes
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

A Presidência da República confirmou na manhã desta segunda-feira o encontro da presidente Dilma Rousseff com integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), que organizou os protestos contra o aumento na tarifa de transporte público em São Paulo. A reunião será às 13h30 em Brasília. A pauta do encontro não foi divulgada. 

Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas em todo o País

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Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

Mais cedo, o MPL divulgou a carta aberta que pretende entregar à presidente na reunião. O grupo revelou estar surpreso com o convite para uma reunião com Dilma. "Essa reunião com a presidenta foi arrancada pela força das ruas, que avançou sobre bombas, balas e prisões", diz o comunicado. "Imaginamos que também esteja surpresa com o que vem acontecendo no País nas últimas semanas. Esse gesto de diálogo que parte do governo federal destoa do tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta gestão. Parece que as revoltas que se espalham pelas cidades do Brasil desde o dia 6 de junho têm quebrado velhas catracas e aberto novos caminhos", considera o movimento na nota. 

A presidente também se reunirá nesta segunda-feira com os governadores e prefeitos de todo o País para discutir o Pacto Nacional pela melhoria dos serviços públicos. A proposta do enconto, marcado para as 16h, foi apresentada em pronunciamento feito em rede nacional na sexta-feira, em resposta às manifestações que sacodem o Brasil há duas semanas. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

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Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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