O governador Geraldo Alckmin (PSDB) divulgou, nesta quarta-feira, uma série de medidas para enfrentar a crise hídrica no Estado. Em evento realizado no Centro da capital, ele confirmou a existência de uma quarta reserva técnica do Sistema Cantareira, anunciou o projeto de uma nova obra na Grande São Paulo e comentou as possibilidades de rodízio de abastecimento e dessalinização. Estas últimas ainda devem ser analisadas pela Sabesp, cujo presidente, Jerson Kelman, que assumiu o cargo neste início de ano, foi elogiado pelo tucano.
"Não há nenhuma decisão em relação a rozídio. Essa é uma decisão técnica, que é avaliada pela Sabesp, que precisa ser preparada, e tudo isso está sendo feito, para se houver necessidade", disse o governador. "A dessalinização é outra hipótese que o presidente da empresa está avaliando. Se nós estivéssemos em beira mar, Santos, Rio de Janeiro ou Salvador, seria bastante factível. O problema a 700 metros de altura é o custo. Teria que dessalinizar e transportar a água para São Paulo. Com a energia subindo do jeito que está, pode encarecer muito. Mas Dr. Kelman é um craque. São questões técnicas, eles estão estudando e, quando houver alguma definição, divulgarão", completou.
De acordo com Alckmin, medidas mais drásticas podem não ser necessárias, já que as anunciadas até agora pelo governo - como o bônus, as interligações entre sistemas, o uso das reservas técnicas e a distribuição de válvulas de pressão - estão conseguindo fazer diminuir o consumo. Além disso, parte do subsolo seco dos reservatórios já foi preenchida pelas últimas chuvas, motivo pelo qual os níveis começam a subir.
Quarta reserva técnica e obras
O tucano explicou aos jornalistas também que tem à disposição uma recém-descoberta reserva técnica do Cantareira. Ela está localizada na Represa do Cachoeira, que compõe o sistema ao lado de Jacareí, Jaguari, Atibainha e Paiva Castro.
"Nós temos, no Sistema Cantareira, cinco represas com capacidade total em torno de 960 milhões de metros cúbicos de água. Em Piracaia, na Represa do Cachoeira, verificou-se que abaixo do zero ainda tem uma reserva técnica que poderá ser usada parte sem obras de engenharia e parte com obras de engenharia. Seria, então, uma quarta reserva técnica de 40 milhões de metros cúbicos", afirmou.
Por fim, o governador contou que iniciou, nesta terça-feira, uma obra no Rio Guaió, que nasce em Mauá e deságua no Tietê, em Ferraz de Vasconcelos. A obra deve durar 90 dias e será feita toda na Grande São Paulo, especialmente na região de Suzano. O projeto pretende "colocar" um braço do rio dentro da Represa de Taiaçupeba - o que poderá resultar em um acréscimo de 1 metro cúbico por segundo de água no volume total.
As obras anteriormente anunciadas na Represa Billings, por sua vez, devem ser iniciadas ainda no mês de fevereiro pelas próprias equipes da Sabesp.
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