O presidente Siemens no Brasil, Paulo Ricardo Stark, foi convocado para prestar esclarecimentos na manhã desta quinta-feira, na Câmara Municipal de São Paulo, sobre a atuação da empresa no suposto esquema de cartel em contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos em governos do PSDB.
Stark foi convidado sob a condição de testemunha, para esclarecer eventuais dúvidas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Transportes da Câmara. Stark trabalha na Siemens desde 1988, quando iniciou sua carreira. Em 2004, ele assumiu a área de negócios da empresa na Alemanha, voltando ao Brasil em 2010, na área de vendas, área em que atuou até outubro de 2011, quando assumiu a presidência da empresa no País.
Investigação
Em agosto, a Siemens delatou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), dentro de um programa de "delação premiada", um cartel em licitações para a compra de equipamento ferroviário e para a construção e manutenção de linhas de trens e metrô no Distrito Federal e em São Paulo. O escândalo foi mais um na longa lista de polêmicas envolvendo a multinacional alemã, já condenada em outros países por conduta contra a livre concorrência.
O caso envolvendo o metrô de São Paulo pôs em dúvidas os esforços anticorrupção da multinacional alemã. Em 2007, um megaescândalo de propina levou a Siemens a trocar quase toda a diretoria e a pagar multas bilionárias na Alemanha. A empresa, na época, havia prometido mudar, através de sua política de obediência às leis (Compliance). A Siemens afirma que agiu dentro dessa norma, sendo proativa ao denunciar ao Cade suspeitas que encontrou referentes a contratos antigos.