Acusado do assassinato de Marielle é filiado ao DEM

Élcio Vieira de Queiroz tem inscrição ativa no partido; já Ronnie Lessa foi filiado ao MDB, mas saiu em 2010

12 mar 2019 - 13h07
(atualizado às 13h42)

Preso na manhã desta terça-feira, 12, acusado de dirigir o carro onde estavam os assassinos da vereadora Marielle Franco, o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz é filiado ao DEM no Rio de Janeiro. Com inscrição registrada em julho de 2011 e ainda ativa, Élcio vota na zona eleitoral 214, no Meier, zona norte da cidade, próximo ao local onde mora e foi preso.

O presidente do partido no Estado é o vereador e ex-prefeito Cesar Maia, uma das figuras mais importantes da política fluminense nas últimas décadas. Ele é pai do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também do DEM-RJ. O Estado entrou em contato com a legenda e aguarda o retorno.

Publicidade
Delegado da Divisão de Homicídios Giniton Lages em entrevista coletiva no fim da manhã desta terça-feira (12/03), no Palácio Guanabara, divulgando informações sobre as prisões dos suspeitos do assassinato da deputada Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes
Delegado da Divisão de Homicídios Giniton Lages em entrevista coletiva no fim da manhã desta terça-feira (12/03), no Palácio Guanabara, divulgando informações sobre as prisões dos suspeitos do assassinato da deputada Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes
Foto: Adriano Ishibashi / Framephoto / Estadão

Já o preso acusado de disparar contra a vereadora, Ronnie Lessa, foi filiado ao MDB de 1999 até 2010, segundo a base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sua filiação se deu menos de um ano depois de ter sido homenageado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pelo falecido deputado estadual emedebista Pedro Fernandes Filho, quadro histórico do partido no Estado.

A homenagem, protocolada em 23 de novembro de 1998, foi justificada por Fernandes pelo modo como Lessa e outros 17 policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar, em Irajá, haviam conduzido uma operação.

"Sem nenhum constrangimento posso afirmar que o referido militar é digno desta homenagem por honrar, permanentemente, com suas posturas, atitudes e desempenho profissional, a sua condição humana e de militar discreto mas eficaz. Constituindo-se, deste modo, em brilhante exemplo àqueles com quem convive e com àqueles que passam a conhecê-lo", diz a homenagem.

Saiba quem são os presos e entenda o caso

Publicidade

Ronie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, foram denunciados por homicídio qualificado e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, uma das assessoras de Marielle que também estava no carro.

Lessa mora no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio. Nas redes sociais, Queiroz é simpatizante do presidente Bolsonaro. Ele curte as páginas oficiais do PSL Carioca, de Flavio Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro.

A prisão é resultado de uma operação conjunta do Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e da Polícia Civildo Rio de Janeiro.

Além dos mandados de prisão, a Operação Lumecumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados para apreender documentos, celulares, computadores, armas, munições e outros objetos.

Publicidade

Veja também:

Jornalista com paralisia cerebral escreve autobiografia usando o próprio nariz
Video Player
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se