O professor de uma escolinha de futebol da cidade de Sobral, no Ceará, foi condenado a 414 anos de prisão em regime fechado, sem o direito de recorrer em liberdade, por estuprar 15 crianças e adolescentes, com idades entre 8 e 13 anos, segundo o Tribunal de Justiça do Estado.
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Neilton Gomes da Silva Melo foi condenado no dia 19 de dezembro de 2024, no Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Sobral.
O homem atuava em uma escola de futebol no bairro Sinhá Sabóia e usava o local para atrair alunos, que depois eram vítimas de abuso sexual. Ele está preso desde 27 de junho do ano passado. Na época, ele foi detido enquanto estava em uma rodoviária em Fortaleza (CE) tentando embarcar em um ônibus com destino para outro estado.
Segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público em agosto de 2024, Neilton começou a dar aulas na escolinha em junho de 2023 e se responsabilizava por buscar e deixar os alunos nas próprias casas. As mães confiavam no homem por ele ser o professor da escola. Ele era chamado de 'padrinho' e levava as crianças para passeios em shopping, banhos e até para a casa dele, locais onde cometia os abusos.
"O acusado era professor de futebol de todas as vítimas e tinha plena consciência de que eram menores de idade, mas, mesmo assim, aproveitava-se de momentos em que ficava com eles a sós, ou na presença uns dos outros, para praticar diversas vezes os abusos, ainda atribuindo-lhes recompensas pela prática ou permissão dos atos", detalhou o titular da 6ª Promotoria de Justiça de Sobral, promotor de Justiça Rodrigo Calzavara, na ocasião da denúncia.
Ainda conforme o promotor, algumas vítimas foram ameaçadas de morte aos familiares se contassem sobre os atos de violência sexual.
A denúncia do MP também indicou que foram levantadas suspeitas de que essa não foi a primeira vez que Neilton cometeu abusos contra crianças e adolescentes. Há indícios de prática desses mesmos crimes em Fortaleza e no bairro Residencial Nova Caiçara, em Sobral. O órgão orientou que, caso haja outras vítimas, as famílias denunciem na Delegacia de Polícia.
