Uma professora foi presa durante uma manifestação realizada por docentes em greve no bairro do Santo Cristo, na região central do Rio de Janeiro, nesta tarde. Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), ela foi detida em frente à Secretaria Estadual de Educação, na avenida Professor Pereira Reis, e levada para 4ª Delegacia de Polícia (Praça da República) e depois para a 17ª Delegacia, em São Cristóvão. Segundo a diretora do Sepe Marta Moraes, a professora foi acusada de agredir um policial, e teria sido ferida pela PM, puxada pelo cabelo e algemada. O sindicato nega que a professora tenha cometido qualquer agressão.
O protesto dos professores estaduais e municipais do Rio, que estão em greve por melhores salários, começou por volta das 14h, na avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, em frente à sede da prefeitura. Eles foram recebidos pela secretária municipal de Educação, Helena Bomeny e depois seguiram em passeata para a Secretaria Estadual de Educação, no Santo Cristo, reivindicar uma audiência. "Na conversa com a prefeitura, não houve avanço. Eles não fizeram proposta", disse Marta Moraes, diretora do Sepe.
Ainda na avenida Presidente Vargas, a polícia usou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. A via chegou a ter faixas nas pistas central e lateral sentido Candelária interditadas ao trânsito, perto da passarela do metrô, por cerca de 20 minutos. Durante o ato, a PM também usou gás de pimenta e bomba de gás lacrimogêneo, segundo o Sepe.
Um outro professor, de acordo com o Sepe, também foi agredido pela polícia, e foi empurrado, mas não foi detido. Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Nem Batman escapa
Nem o lendário Batman, personagem das histórias em quadrinhos incorporado por Eron Moraes de Mello, figura registrada nos protestos cariocas, escapou da violência durante a manifestação de professores estaduais e municipais. Ele ficou ferido depois que policiais militares chegaram em diversas viaturas e fizeram uma primeira tentativa de desobstruir a avenida, empurrando os professores, formando uma linha e usando apenas os escudos.
Como os manifestantes se recusaram a sair da avenida, os policiais usaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo, provocando correria e protesto dos educadores. Nesse momento, Mello acabou atingido na cabeça, que ficou ensanguentada, assim como sua fantasia de Batman. "Quando eu senti a pancada, comecei a sangrar na cabeça. Eu estava totalmente pacífico. Sou contra a violência. Ela veio por parte da polícia, que agiu truculentamente, sem necessidade, batendo nos professores. Me empurraram com o escudo e bateram com o cassetete", contou.
Com informações da Agência Brasil