Projeto de lei quer mudar nome de Rodovia Castelo Branco para Eunice Paiva

História de vida da advogada de direitos humanos inspirou o filme 'Ainda Estou Aqui', ganhador do Oscar

5 mar 2025 - 21h43
(atualizado às 23h11)
Eunice Paiva
Eunice Paiva
Foto: Reprodução/Instagram/@marcelorubenspaiva

Ãpós a vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar, um projeto de lei foi apresentado na Assembleia Legislativa de São Paulo para mudar o nome da Rodovia Castelo Branco para Eunice Paiva, advogada de direitos humanos cuja história é contada no filme de Walter Salles.

O projeto de lei 161/2025, de autoria do deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) defende que Eunice, nascida em São Paulo, "foi uma figura emblemática na luta pelos direitos humanos e pela justiça no Brasil", ao contrário do ex-presidente Castelo Branco, que nomeia a rodovia atualmente, um dos articuladores do golpe militar de 1964.

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O texto do projeto argumenta que há a necessidade de renomear espaços públicos, como rodovias, parques e escolas, por exemplo, que "homenageiam personalidades históricas que se destacaram pela perseguição a minorias e pela violência, uma vez que tais homenagens ferem os princípios de liberdade democrática do País, estabelecidos na Constituição Federal de 1988."

"O legado de Eunice permanece como símbolo de resistência e inspiração para as gerações futuras, provando que a dignidade humana está acima de qualquer poder arbitrário. Sua história nos ensina que, mesmo diante da violência do Estado, a busca pela verdade e pela justiça é um compromisso que deve ser honrado", diz o texto do projeto.

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Eunice Paiva foi casada com o deputado cassado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar brasileira. Ela precisou reconstruir a vida após a morte do marido e se tornou uma renomada advogada defensora dos direitos humanos, especialmente de direitos indígenas.

A história de vida de Eunice foi contada pelo filho dela, Marcelo Rubens Paiva, no livro Ainda Estou Aqui, que inspirou o filme de mesmo nome de Walter Salles. O longa-metragem é protagonizado por Fernanda Torres e fez história ao ganhar o primeiro Oscar de Melhor Filme Internacional para o Brasil.

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Fonte: Redação Terra
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