Protesto em Porto Alegre deixa 14 feridos e 25 lojas depredadas, diz BM

Balanço parcial da corporação traz ainda três prédios públicos danificados

21 jun 2013 - 11h49
(atualizado às 11h58)
<p>Protesto em Porto Alegre (RS) teve confronto entre manifestantes e polícia e atos de vandalismo</p>
Protesto em Porto Alegre (RS) teve confronto entre manifestantes e polícia e atos de vandalismo
Foto: Daniel Favero / Terra

Pelo menos 14 pessoas ficaram feridas no confronto entre manifestantes e polícia durante o protesto em Porto Alegre (RS) na noite de quinta-feira. O balanço parcial da Brigada Militar (BM) divulgado na manhã desta sexta-feira também traz 25 lojas depredadas, 10 saques e três prédios públicos danificados. Cerca de 20 mil participantes participaram do ato na capital gaúcha. 

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

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O comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Fábio Duarte Fernandes informou que o objetivo da minoria de vândalos era colocar fogo em vários pontos da cidade. Com as medidas preventivas, no entanto, a Polícia Civil - por meio de uma mandato de busca e apreensão - encontrou em uma residência, no início da tarde, materiais de confecção de bombas molotov. 

Segundo o comandante, a manifestação ocorria pacificamente quando uma minoria começou a arremessar pedras nos policiais. "Isso nos obrigou a adotar medidas preventivas com relação a postos de gasolina próximos aos alvos designados pelos depredadores. Nossos efetivos sofreram ações desses depredadores quando se depararam com a tropa de choque, na área da Polícia Federal próximo à Ipiranga. Tivemos que agir em função das pedras arremessadas e das bombas de molotov. Foi uma reação da Brigada em relação a essa postura dos depredadores", considerou.  

O coronel Fernandes também disse que alguns manifestantes ficaram indignados com os saques promovidos por um grupo que participava do protesto e tentaram dissuadi-los da ação. Ele também avaliou como positiva a atuação da BM durante o protesto. "Fizemos frente a essas ações, que foram bastante violentas, bastante complexas, porque a massa de manifestantes totaliza 20 mil pessoas, massa muito grande. E a se concluir pelo número de pessoas presas e feridas, até agora não temos registro de nenhuma pessoa gravemente ferida, entendemos que a BM agiu de maneira correta."

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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