Quem era o jovem morto por assaltante de moto em Pinheiros?

Vitor Rocha e Silva, de 23 anos, era formado em Relações Internacionais e trabalhava em uma empresa de sistemas de informações. Morador de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, ele estava em São Paulo a passeio

23 jan 2025 - 21h08

Vitor Rocha e Silva, de 23 anos, foi morto nesta quinta-feira, 23, depois de ser baleado durante um assalto em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. O crime aconteceu na Rua Joaquim Antunes (altura do número 866). A vítima estava caminhando pela via com o namorado, Felipe Lobato, de 25 anos, quando foram abordados por dois criminosos em uma motocicleta.

Os assaltantes pediram o celular e a senha para os dois. Imagens de monitoramento, obtidas pelo Estadão, mostram uma briga corporal entre vítimas e os suspeitos. Um dos criminosos saca a arma e atinge a região do tórax de Silva. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital das Clínicas (HC), mas não resistiu. Os assaltantes fugiram na sequência.

Vitor Rocha e Silva era natural de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Ele morava na cidade com o namorado, e trabalhava de forma remota em uma empresa de sistemas de informação.

Formado em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Uberlândia, informava nas redes sociais que tinha interesse em atuar profissionalmente nas áreas de tecnologia, logística e comércio exterior, e já possuía experiência com operações de exportação e importação.

Nas redes sociais, gostava de publicar fotos das viagens que fazia pelo Brasil e também para locais turísticos de países da Europa, como Itália, Espanha e França.

Silva havia acabado de voltar de uma viagem para Belém, que havia feito com Lobato. O casal estava em São Paulo a passeio, e hospedado na casa de uma tia, onde planejavam ficar até sábado, 25.

O crime ocorreu no momento em que os dois haviam saído para almoçar. Eles caminharam cerca de 50 metros e foram abordados pelos bandidos na Rua Joaquim Antunes. A dupla passou os celulares, mas disseram aos bandidos que não se lembravam da senha, e entraram em luta corporal com os criminosos, antes de Vitor Silva ser atingido por um disparo.

"Tentei reanimar, estancar o sangue, reanimar, reanimar, reanimar. A gente ficou mais cinco minutos reanimando", disse Felipe Lobato ao Estadão. "Outras pessoas tentando ajudar. E até que chegou a ambulância. Ele já chegou na ambulância já muito mal. Perdi o amor da minha vida por um telefone", lamentou.

Crimes semelhantes no mesmo endereço

Segundo o Radar da Criminalidade, ferramenta exclusiva disponibilizada pelo Estadão com base em dados oficiais de crimes em São Paulo, nas imediações da Rua Joaquim Antunes ocorreram 52 crimes em novembro passado, o que representa queda de 28,8% ante novembro de 2023, quando na mesma área foram registradas 73 ocorrências. O crime mais comum no penúltimo mês de 2024 foi furto de celular, com 25 casos.

Em 18 de novembro, dois assaltos ocorreram simultaneamente nessa mesma rua, a cerca de 400 metros do local onde houve o crime desta quinta-feira. Os criminosos também estavam de moto e abordaram pessoas que caminhavam. Todos conseguiram fugir.

Entre janeiro e novembro de 2024, o número de latrocínios (roubos seguidos de morte) na capital paulista cresceu 32,4% em relação ao mesmo período de 2023. Foram 37 casos em 2023 e 49 no ano seguinte. O aumento contrasta com os índices de roubos e furtos na cidade, que na mesma comparação caíram 13,9% e 3,7%, respectivamente. As quedas se devem, principalmente, à redução desses crimes na região central.

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Radar da Criminalidade do Estadão mostra que 25 ocorrências de roubo de celular foram registrados nas proximidades do endereço onde Silva foi baleado.
Radar da Criminalidade do Estadão mostra que 25 ocorrências de roubo de celular foram registrados nas proximidades do endereço onde Silva foi baleado.
Foto: Reprodução/Estadão / Estadão
Vitor Rocha e Silva, de 23 anos, foi baleado ao ser assaltado por dois criminosos, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, na tarde desta quinta-feira, 23
Foto: Reprodução/Instagram/@diabodeprata / Estadão
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