'Quem vai devolver meu filho?', lamenta pai de universitário morto em abordagem da PM

Policial atirou em jovem de 22 anos na Vila Mariana, em São Paulo; em entrevista a emissora de TV, família cobra respostas do governador

20 nov 2024 - 17h28
(atualizado às 20h38)

Os pais de Marco Aurélio Acosta cobram explicações da polícia e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre a morte do universitário de 22 anos, ocorrida nesta quarta-feira, 20, em uma abordagem da Polícia Militar.

Marco Aurélio Acosta era aluno do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi
Marco Aurélio Acosta era aluno do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi
Foto: Reprodução/Instagram/futmedanhembi / Estadão

"Quero ver alguém que me dê explicações para dar conforto a toda a família. Quem vai devolver o meu filho?", questionou Julio Cesar Acosta Navarro, pai de Marco Aurélio, em entrevista ao programa Cidade Alerta, da TV Record.

Cardiologista, o pai afirma ter pedido à polícia informações sobre o disparo para tentar salvar o filho, mas diz que ninguém da corporação se pronunciou. Ele trabalha no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, ligado à Faculdade de Medicina da USP, onde também atua como professor colaborador.

Ainda à emissora, a mãe de Marco Aurélio se dirigiu ao governador: "O que o senhor está fazendo para evitar mortes como a do meu filho? O que justifica esse policial ter matado o meu filho?". Ela cobrou que Tarcísio de Freitas tenha "a decência de pedir perdão" a ela.

A mãe também afirmou que o jovem era solteiro e estava no hotel com uma moça, morava com os pais e mais dois irmãos e era "um menino bom". Marco Aurélio estudava Medicina na Universidade Anhembi Morumbi.

Como ocorreu o disparo

Imagens da câmera de segurança de um hotel do bairro mostram o jovem correndo, seguido de um policial militar que o puxa pelo braço, empunhando a arma. Um segundo policial aparece, dando um chute no jovem, que segura seu pé e o faz desequilibrar. Em seguida, o policial de arma em punho dispara na altura do peito da vítima.

Na versão divulgada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, o jovem teria golpeado uma viatura e tentado fugir em seguida. Ainda segundo a SSP, ele teria investido contra os policiais ao ser abordado e foi ferido por um disparo. O rapaz foi levado ao Hospital Ipiranga, mas morreu nesta manhã.

A arma do policial responsável pelo disparo foi apreendida e encaminhada à perícia, e as polícias Civil e Militar apuram as circunstâncias da morte. "Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e ficarão afastados até a conclusão das investigações", afirma a pasta.

De acordo com a SSP, as imagens registradas pelas câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De janeiro a setembro, a polícia de São Paulo matou 496 pessoas, o maior número para o período desde 2020, quando ocorreram 575 mortes.

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Marco Aurélio Acosta era aluno do curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi
Foto: Reprodução/Instagram/futmedanhembi / Estadão
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