Reajuste nos salários de políticos em BH divide opiniões

Prefeito eleito, Alexandre Kalil concorda com aumento; vereadores “novatos” são contra.

16 dez 2016 - 10h17
Câmara de vereadores de Belo Horizonte
Câmara de vereadores de Belo Horizonte
Foto: Divulgação

O aumento nos salários dos vereadores, secretários municipais, prefeito e vice-prefeito já é o primeiro tema a ser debatido entre os poderes executivo e legislativo de Belo Horizonte. Isso porque o prefeito eleito, Alexandre Kalil já demonstrou, pelo menos duas vezes, ser a favor de vencimentos mais altos para os políticos enquanto que, do outro lado, vereadores de primeiro mandato e uma parcela da população condenam o reajuste.

Em entrevista a um jornal da capital mineira, Kalil considera normal oferecer salários melhores para o que chamou de “técnicos de qualidade”. Na quarta-feira (14) numa rápida votação, os membros da Câmara de Vereadores aprovaram um aumento de 9,3% nos salários dos vereadores, secretários, prefeito e vice-prefeito a ser pago a partir de janeiro.

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O projeto que aumenta os salários de R$ 15 mil para R$ 16.400 é de autoria do vereador e presidente da Câmara Wellington Magalhães (PTN) afastado de suas por decisão da Justiça desde a semana passada. Ele teria, segundo o Ministério Público, operado um esquema que aumentou os gastos com publicidade da Câmara de R$ 7,5 milhões entre 2013/14 para R$ 18 milhões em 2015.

Alexandre Kalil, prefeito eleito de Belo Horizonte
Foto: Divulgação/Assessoria de imprensa

Vereadores contrários à proposta

Vereadores eleitos, entre os quais Áurea Carolina (PSol) e Mateus Simões (Partido Novo) foram duros nas críticas contra a atual legislatura. Uma das bandeiras defendidas por Carolina é justamente a da redução dos salários dos parlamentares e demais membros do executivo municipal.

Ainda durante a campanha ela e os demais candidatos do partido registraram em cartório que um percentual que varia entre 40% e 70% seria doado para ONG’s. Salários adicionais e verba indenizatória de uso pessoal serão rejeitadas. Uma ferramenta criada pelo movimento Somos Muitas, do qual a vereadora do PSol faz parte avalia quantos anos um cidadão de Belo Horizonte precisa trabalhar para ganhar o que um vereador da capital mineira recebe em um mandato. Também é informado todos os adicionais e gastos extras permitidos pela legislação.

'Privilegiômetro'
Foto: Reprodução

Já Mateus Simões disparou contra os vereadores abertamente. Ele chamou de indecência, indignidade, falta de respeito e desprezo pela opinião pública o aumento feito em fim de mandato e em meio a atual crise financeira.

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Repercussão virtual

Nas redes sociais o assunto também foi severamente criticado. O tom, nos mais de 500 compartilhamentos e 200 comentários em redes sociais, foi de revolta. A grande maioria é contra o aumento e tentam fazer com que o projeto seja vetado pelo prefeito.

Para ser confirmado, o projeto precisa da sanção do prefeito Márcio Lacerda (PSB) que deixa o posto no final deste ano. A equipe de Lacerda informou que o atual prefeito só se manifestará quando receber o texto final do projeto. Já Kalil disse que se o antecessor não decidir, ele sancionará.

Aumento dos salários gerou críticas nas redes sociais
Foto: Facebook/Reprodução
Fonte: Especial para Terra
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