Silvio Santos morreu neste sábado, 17, aos 93 anos de idade, após um longa disputa por 11,1 mil m² em terrenos que eram de sua propriedade. A Prefeitura de São Paulo chegou este ano a um acordo para construção do Parque do Bixiga na região central da cidade.
Vereadores da capital discutem agora pelo nome do futuro parque: parte deles quer homenagear o apresentador de TV; outros querem que o parque leve o nome do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, que morreu no ano passado.
Os terrenos ficam na Bela Vista, no entorno da sede do Teatro Oficina, que reivindica a criação do parque há 40 anos, especialmente defendida por Zé Celso. As tentativas de acordo entre o artista e o apresentador geraram repercussão nos últimos anos, mas sem uma resolução.
Durante anos, o dramaturgo realizou textos-manifesto, reuniões, entrevistas, performances artísticas e mobilizações públicas contra a construção de edifícios no entorno do Teatro Oficina, cujo terrenos pertenciam à Sisan Empreendimentos, do Grupo Silvio Santos.
No espaço, a construtora já propôs a construção de um shopping e de um condomínio de três torres, mas que nunca saíram do papel.
No mês passado, a Prefeitura, a Uninove e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) chegaram a um acordo para a antecipação do pagamento - de quase R$ 65 milhões - dos recursos necessários para a desapropriação da área no centro paulistano e compra dos terrenos do Grupo Silvio Santos.
No projeto de lei de inclusão do Parque do Bixiga, a justificativa da Prefeitura aponta que abrange um bairro histórico, plural e único. Também diz que a criação do parque advém do que reconhece como "luta popular" de moradores e visitantes. Não há prazo certo para a inauguração do parque.