O influenciador fitness Renato Cariani comentou a conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) de São Paulo, que o acusou de usar uma de suas empresas para desviar produtos químicos para o narcotráfico, com objetivo de produzir drogas.
"Esse indiciamento já tinha acontecido há muito tempo e a imprensa resolveu notificar novamente, não sei por quê. Não vai tirar a minha alegria do meu prêmio que, graças a vocês, eu tive a honra de conquistar", disse Cariani nessa terça-feira, 30, por meio dos stories do Instagram.
A investigação resultou no indiciamento de Cariani, Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth por tráfico equiparado, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Os três amigos estão respondendo aos crimes em liberdade. As defesas do influenciador refutaram as acusações.
O relatório final da PF divulgado nesta terça foi encaminhado ao Ministério Público (MP), que terá a prerrogativa de decidir se irá ou não apresentar denúncia contra o grupo pelos crimes investigados.
Posteriormente, caberá ao Judiciário determinar se os três serão levados a julgamento pelas possíveis acusações. Se forem considerados culpados, eles poderão ser presos.
"A única novidade que tem... Isso não aconteceu hoje, tá? [Foi no ] dia 10 de janeiro já, a Polícia Federal já encerrou as investigações. E agora cabe à Justiça entender se ela tem ou não material suficiente para oferecer para isso... para transformar num processo. E aí então começa o processo pra avaliar quem são os culpados, os grandes responsáveis e quem não são", completou Renato.
Entenda o caso
O influenciador fitness Renato Cariani, de 37 anos, é alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga o desvio de produtos químicos para produção de drogas. Entre outros locais, os mandados de busca e apreensão são cumpridos na manhã desta terça-feira, 12, na Anidrol, indústria química localizada na Grande São Paulo, que tem Cariani como sócio.
Denominada Operação Hinsberg, a ação tem como objetivo acabar com a organização criminosa que desviou produtos químicos para produção de drogas, e por isso, devem ser cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em endereços de São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
De acordo com a PF, as equipes descobriram durante as investigações que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais. Essas pessoas seriam vítimas que figuraram como compradoras.
A polícia identificou 60 transações envolvendo essa organização, todas falsas, totalizando cerca de 12 toneladas de produtos químicos, como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Isso corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, conforme a PF.
As investigações também apontam que eram usadas várias metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos, como interpostas pessoas, ou ‘testa-de-ferro’, e empresas fictícias. Cariani é um dos suspeitos de integrar o grupo criminoso, segundo o jornal O Globo.
Os investigados podem responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar 35 anos de prisão.
A ação foi realizada pela Polícia Federal, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco do MPSP) de São Paulo, e a Receita Federal.
Quem é Cariani
Renato Cariani é um dos maiores influenciadores do mundo fitness no Brasil. Em seu perfil no Instagram, ele possui mais de 7,3 milhões de seguidores, além de outros 6,3 milhões de inscritos no YouTube. Em seu site, ele afirma que é formado em Administração de Empresas, Química e Educação Física.
O influenciador também já competiu no fisiculturismo, e é conhecido por auxiliar vários famosos no processo de emagrecimento e ganho de massa muscular.