Um repórter fotográfico do jornal A Tribuna foi ameaçado por três apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto trabalhava fazendo registros de um acampamento que estava sendo desmontado em frente à Fortaleza de Itaipu, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, na segunda-feira, 9.
O Terra não conseguiu contatar o jornalista, mas, ao veículo de comunicação em que trabalha, ele relatou que um dos homens estava com uma faca enquanto o intimidava. O repórter também registrou em imagens o bolsonarista que segurava o objeto cortante (veja acima).
"Quando eles me viram fotografando, vieram em minha direção perguntando o que eu estava fazendo, quem eu era e onde eu trabalhava. Disseram que não autorizavam as fotos e expliquei que estava na rua e poderia fotografar. Aí, me ameaçaram dizendo que o 'bicho ia pegar' se eu publicasse fotos dos rostos deles", disse ele ao jornal.
Segundo o jornal A Tribuna, o repórter também relatou que um policial militar o chamou para conversar e recomendou que ele fosse embora, devido ao clima que estava no local. Porém, enquanto deixava a Fortaleza de Itaipu, o jornalista foi perseguido pelos três homens até seu carro.
"Vieram atrás de mim e me filmaram com os celulares. Eu estava nervoso na hora, mas consegui entrar [no veículo] e ir embora. Interferiram no meu trabalho. Eu poderia ter fotografado por mais tempo. Senti que, caso não tivesse a interrupção por parte da PM, teria um problema ali. É uma situação absurda e lamentável, totalmente errado, antidemocrático", acrescentou em relato ao veículo de comunicação que trabalha.
O Grupo Tribuna destacou que repudia as ameaças sofridas pelo jornalista e que o Departamento Jurídico está ao lado do profissional para tomar providências contra os agressores. O Grupo reforçou também que não tolerará qualquer tipo de ameaça aos profissionais e não medirá esforços para continuar fazendo um jornalismo isento, sem amarras e sempre a favor da democracia.