Repórter é assaltada durante protesto em Porto Alegre

21 jun 2013 - 01h06
(atualizado às 01h09)
<p>Cerca de 12 mil pessoas marcharam sob chuva por ruas da região central da capital gaúcha, mas foram impedidos pela Brigada Militar (PM local) de continuar pela avenida Ipiranga</p>
Cerca de 12 mil pessoas marcharam sob chuva por ruas da região central da capital gaúcha, mas foram impedidos pela Brigada Militar (PM local) de continuar pela avenida Ipiranga
Foto: Carlos H. Ferrari / Futura Press

Uma repórter da Rádio Bandeirantes foi assaltada na noite de quinta-feira durante protesto realizado em Porto Alegre. Marina Pagno teve os dois celulares roubados durante tumulto registrado na nova manifestação, que terminou em confrontos e saques.

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Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

A movimentação em Porto Alegre começou por volta das 18h. Mesmo sob chuva, pelo menos 12 mil manifestantes caminharam em direção ao jornal Zero Hora, na avenida Ipiranga, onde pretendiam protestar. Similar ao que ocorreu na última segunda-feira, policiais militares fizeram um bloqueio na altura do prédio do jornal que pertence à RBS, afiliada da Rede Globo.

Policiais utilizaram bombas de gás lacromigêneo e balas de borracha para dispersar a multidão. Depois do início do confronto, estabelecimentos foram depredados. Bombeiros precisaram apagar um foco de incêndio no interior de uma agência do Banrisul, que já havia sido vandalizada no protesto anterior.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

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Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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