Restaurante de refugiados sofre ataque de "grupo de direita"

Vídeo mostra homens lançando garrafas e outros objetos estabelecimento; restaurante diz ter sido vítima de ataque da "extrema direita"

1 set 2019 - 20h02
(atualizado às 21h57)

O restaurante palestino Al Janiah, localizado no bairro do Bixiga, na região central de São Paulo, sofreu um ataque na noite deste sábado (31). Em um vídeo de segurança, publicado nas redes sociais, é possível ver um grupo de homens, que passava pela calçada, atirando garrafas para dentro do estabelecimento.

Esquina da rua Rui Barbosa, onde está localizado o restaurante Al Janiah
Esquina da rua Rui Barbosa, onde está localizado o restaurante Al Janiah
Foto: Google Street View/ Reprodução

Segundo a assessoria de imprensa do Al Janiah, o ataque ocorreu na madrugada deste sábado, por volta das 3h30. Um grupo de cinco pessoas, que a direção do local diz identificar como "pertencentes a um grupo de extrema direita", se aproximou da porta principal portando armas brancas e spray de pimenta. Ninguém ficou ferido. O restaurante afirma que está conversando com seus advogados e que, por isso, nenhum boletim de ocorrência foi feito até o momento.

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Ainda segundo a assessoria do Al Janiah, a invasão foi evitada pela própria equipe do restaurante. A Polícia Militar não foi chamada para o local da ocorrência.

Há 3 anos, coincidentemente, durante atos conta o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), o restaurante também esteve no noticiário - quando, segundo o empresário Hasan Zarif, proprietário do estabelecimento, a Polícia Militar lançou bombas de gás lacrimogêneo contra o local (que na ocasião ficava em outro endereço no centro de São Paulo).

O Al Janiah é um restaurante palestino que emprega refugiados. O local é frequentado por um público universitário identificado com as pautas de direitos humanos e com movimentos de esquerda. No Facebook, o Al Janiah se manifestou: "Desde o inicio, o Al Janiah sempre foi conhecido por ser um espaço democrático, de defesa das minorias políticas e acolhimento de refugiados. Sua historia se liga a luta pela Libertação da Palestina".

A assessoria do Al Janiah respondeu, por meio de nota, que os incidentes da madrugada de sábado e o de 2016 não podem ser considerados como mera coincidência.

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"Não é coincidência tendo em vista o momento que nosso País está passando. De 2016 pra cá, temos sofrido com uma escalada do ódio e da intolerância, que hoje segue sendo reforçada por nosso presidente. Ser um espaço democrático, com pessoas de diversas partes do mundo, é uma posição não só política mas de projeto de sociedade".

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