Foi marcada para as 14h de quinta-feira a primeira audiência do caso Amarildo. A 35ª Vara Criminal da Capital do Rio de Janeiro vai fazer a audiência de instrução e julgamento dos 25 acusados de tortura e desaparecimento do corpo do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, na favela da Rocinha, na zona sul do Rio.
O Ministério Público arrolou 19 testemunhas de acusação e 20 foram indicadas pela defesa. Os policiais envolvidos no caso respondem pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual, omissão imprópria e formação de quadrilha.
Amarildo desapareceu após ser levado por policiais militares para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em junho do ano passado, para averiguação de envolvimento com o tráfico.
A denúncia, apresentada pelo Ministério Público, aponta que o tenente Luiz Medeiros, o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Anderson Maia e Douglas Roberto Vital torturaram o ajudante de pedreiro. Outros policiais militares são acusados de fazer vigília da base, no momento do ato, e de serem omissos, por não terem impedido a tortura.
O sumiço de Amarildo
Amarildo sumiu depois de ser levado por PMs para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade. O ex-comandante da unidade sustentou que o pedreiro foi ouvido e liberado, mas nunca apareceram provas que mostrassem Amarildo saindo da UPP, pois as câem frente à UPP. E eles ainda não contavam que uma outra câmera, mais para o fim da escada, estava em pleno funcionamento e não registrou a passagem do pedreiro como eles alegavam", completou ainda a promotora do Gaeco.
Os dez primeiros PMs denunciados e já presos negam participação no crime. O corpo de Amarildo segue com paradeiro desconhecido - no último dia 27 de setembro, uma ossada foi localizada no município de Resende, no sul do Estado do Rio de Janeiro. A necrópsia realizada, no entanto, não foi esclarecedora e um novo exame será realizado a fim de concluir o relatório para definir se trata-se, ou não, do ajudante de pedreiro morador da Rocinha.