Rio: protesto em casamento de neta de empresário do transporte pede CPI

13 jul 2013 - 21h22
(atualizado às 21h45)
<p>Seguranças observam manifestante vestida de noiva em frente à Igreja do Carmo, no Rio</p>
Seguranças observam manifestante vestida de noiva em frente à Igreja do Carmo, no Rio
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press

Cerca de 50 pessoas participaram de um protesto na noite deste sábado em frente à Igreja da Ordem do Terceiro Carmo, no centro do Rio de Janeiro, durante o casamento de Beatriz Barata, neta do empresário Jacob Barata, proprietário de um conglomerado de empresas de ônibus da capital fluminense. Com cartazes e manifestantes vestidas de noiva, o grupo pede a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o transporte público carioca.

Segundo a Polícia Militar, houve um princípio de tumulto na entrada da igreja, mas o protesto, organizado pelas redes sociais, foi considerado pacífico. Policiais do 5º Batalhão acompanharam a movimentação, e o movimento havia dispersado por volta das 21h.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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