Duas pessoas foram detidas e conduzidas pela Guarda Municipal à 5ª Delegacia de Polícia, no centro do Rio de Janeiro, após protesto em frente à Câmara Municipal do Rio na madrugada desta quarta-feira. Em ato simbólico, os manifestantes montaram duas barracas de acampamento na Cinelândia e foram reprimidos. Os dois manifestantes detidos já foram liberados.
De acordo com a diretora executiva da Rede de Defensores Independentes de Direitos Humanos, Maristela Grynberg, a Guarda Municipal alegou que as barracas estavam obstruindo a passagem de pedestres e precisavam ser retiradas. Ela acusou os guardas municipais de excesso de força e crime sexual.
"Eu estou com marcas aqui (no pescoço), eles apalparam meus seios na hora do 'estou te detendo'. Não tem necessidade de pegar no peito de ninguém. Tem um menino com o joelho machucado, porque pisaram no joelho dele. Isso tudo por duas barracas vazias em um espaço público", disse.
As barracas foram montadas em protesto pela libertação de dois jovens presos na manifestação do dia 15 de outubro, também no centro, e que ainda estão no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste.
O manifestante Gabriel Soares, 18 anos, disse que um guarda "deu um mata leão (golpe de estrangulamento), o outro deu um soco no estômago e me jogaram dentro do ônibus". O jovem disse ainda que, dentro do ônibus, os guardas pisaram em seu joelho, torceram sua orelha e o xingaram. "Quando chegamos à delegacia, eles mandaram a gente não falar nada do que ocorreu dentro do ônibus. Só que eu falei a verdade para o delegado."
O advogado do Instituto de Defensores de Direitos Humanos, Felipe Coelho, informou que os manifestantes prestaram depoimento e serão encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito.
A Guarda Municipal negou que tenha havido qualquer tipo de abuso na condução dos manifestantes à delegacia. Ainda segundo o órgão, eles foram levados à delegacia porque não permitiram que os guardas recolhessem as barracas de acampamento em frente ao Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal da capital fluminense.
Em outro protesto, na terça-feira, manifestantes caminharam pelas principais avenidas do centro, acompanhados pela Polícia Militar, e não houve confronto. No entanto, um menor de 18 anos foi apreendido e um jovem adulto foi detido, ambos liberados posteriormente. Eles tentaram arrancar a bandeira do Estado do Rio de Janeiro que estava no mastro em frente ao Monumento a Zumbi dos Palmares, na Praça Onze.
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16 de outubro - Entre os itens apreendidos estão cabos de guarda-chuva que seriam usados como armas, segundo a polícia
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Máscaras de proteção contra gás estariam com manifestantes ligados ao Black Bloc, segundo a polícia
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Bandeiras alusivas ao Black Bloc fazem parte do material apreendido apresentado nesta quarta-feira
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Facões e escudos improvisados foram apreendidos com manifestantes
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Uso de máscaras em manifestações é proibido por lei estadual, o que gera revolta entre os participantes dos protestos
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Polícia apresentou vasto material supostamente apreendido com manifestantes
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Bolinhas de gude seriam arremessadas com estilingues, segundo a polícia
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Entre os itens apreendidos estão rojões e fogos de artifício
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Escudo improvisado tem a inscrição do grupo Black Bloc
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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16 de outubro - Prédios usaram tapumes para evitar danos
Foto: Tânia Rêgo
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16 de outubro - Tapume usado em proteção de prédio foi pichado no protesto de terça-feira
Foto: Tânia Rêgo
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16 de outubro - Profissionais da prefeitura tiveram de limpar pichações feitas em meio ao protesto de terça-feira
Foto: Tânia Rêgo
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16 de outubro - Agência bancária teve fachada danificada em protesto nesta terça-feira
Foto: Tânia Rêgo
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16 de outubro - Manifestantes detidos durante protesto foram encaminhados durante toda esta quarta-feira ao Instituto Médico-Legal (IML), no centro da cidade, para fazer exame de corpo de delito
Foto: Tânia Rêgo
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16 de outubro - A assessoria da Polícia Civil informou que ainda está apurando o número de presos e os crimes cometidos
Foto: Tânia Rêgo
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16 de outubro - Também por nota, a Polícia Militar (PM) informou que foram conduzidos às delegacias mais de 180 pessoas
Foto: Tânia Rêgo
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16 de outubro - "Os PMs realizaram um cerco à Câmara detendo todas as pessoas que se encontravam nas escadarias", diz a nota. "Cinco ônibus com detidos, inclusive menores, foram encaminhados para as seguintes delegacias: 12ª, 17ª, 19ª, 22ª, 25ª, 29ª e 37ª DP", informou a PM
Foto: Tânia Rêgo
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17 de outubro - Para João Tinoco, membro do Diretório Central de Estudantes (DCE) - Roda Viva, a manifestação de resistência dos estudantes é "legítima e necessária nesse momento de caos político, de abuso de poder e do esgotamento da representatividade do governo do Estado"
Foto: Luiz Roberto Lima
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17 de outubro - A ausência de qualquer tipo de provas materiais com os manifestantes, que pudesse caracterizar atos de vandalismo, é para os estudantes da PUC um cerceamento dos direitos
Foto: Luiz Roberto Lima
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17 de outubro - Eles protestam contra a prisão dos colegas Ciro Oticica e Pedro Castelo Branco, detidos após as manifestações na noite de terça feira no centro do Rio
Foto: Luiz Roberto Lima
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17 de outubro - Dezenas de estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) fecharam a Autoestrada Lagoa-Barra, sentido São Conrado, no acesso ao Túnel Acústico
Foto: Luiz Roberto Lima
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18 de outubro - Manifestantes cobrem a boca com pano preto em forma de protesto
Foto: Fernando Frazão
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18 de outubro - Petroleiros aproveitaram o protesto para distribuir panfletos contra o leilão do Campo de Libra, marcado para a próxima segunda-feira
Foto: Fernando Frazão
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18 de outubro - O magistério do município está em greve desde o dia 8 de agosto
Foto: Fernando Frazão
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18 de outubro - A maior parte dos manifestantes é formada por professores estaduais e municipais, com apoio de estudantes, sindicalistas, estudantes e lideranças indígenas
Foto: Fernando Frazão
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18 de outubro - Dos 190 detidos, 84 foram presos e enviados para a cadeia, embora a Justiça já tenha determinado a libertação de boa parte deles
Foto: Fernando Frazão
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18 de outubro - Durante o ato, o nome de cada preso foi chamado, um a um, ao qual os manifestantes gritavam "presente"
Foto: Fernando Frazão
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18 de outubro - Eles novamente colaram cartazes de protesto no prédio e discursaram contra a violência policial, fazendo um minuto de silêncio pelas pessoas que foram presas na última terça-feira
Foto: Fernando Frazão
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18 de outubro - Três dias depois de terem sido expulsos das escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, manifestantes voltaram nesta sexta-feira a ocupar o espaço
Foto: Fernando Frazão
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25 de outubro - ONG questiona os critérios para a prisão de 190 pessoas na manifestação do Dia do Professor
Foto: Tânia Rêgo
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25 de outubro - A organização recorrereu à Organização dos Estados Americanos (OEA) para denunciar as circunstâncias da prisão de ativistas em protestos na capital fluminese
Foto: Tânia Rêgo
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25 de outubro - A ONG Justiça Global fez um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
Foto: Tânia Rêgo
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25 de outubro - Com palavras de ordem como "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo", os manifestantes acusam a emissora de distorcer o noticiário a respeito dos protestos
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Policiais militares protegem a portaria da emissora de uma possível tentativa de invasão
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Eles pedem o fim do que classificam como "monopólio da Globo" na área da comunicação e a "democratização da mídia"
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Um grupo de aproximadamente 50 manifestantes protesta em frente à sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Manifestante protesta em frente à Rede Globo
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Funcionário da empresa fotografa o grupo da janela
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Manifestantes queimam isopor com símbolo da Rede Globo
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Centenas de manifestantes foram para a porta da Rede Globo protestar contra a emissora
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Policiais do Batalhão de Choque passam com motocicleta pela calçada durante protesto
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - A manifestação em frente à Globo foi pacífica
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Motorista passa apoiando os manifestantes
Foto: Daniel Ramalho
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25 de outubro - Com palavras de ordem como "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo", os manifestantes acusam a emissora de distorcer o noticiário a respeito dos protestos
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestantes se concentram em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ)
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Homem vestido de Batman segura cartaz com a foto do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB)
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Um texto postado no Facebook, que é atribuído ao grupo Grito da Liberdade, pede que haja o "fim do monopólio da mídia, principalmente pelas Organizações Globo"
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Integrantes do grupo Black Bloc também participam da concentração
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - A convocação do ato sustenta que a manifestação será pacífica
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - "Na realidade, discute-se o papel da imprensa, e ela mesma está tentando entender essa situação. As questões se ampliaram. Não sou contratado da Globo, e não tenho nada contra nem a favor da emissora", disse o ator Luis Henrique Nogueira, que participou da novela Saramandaia
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Os manifestantes pretendem passar pela Assembleia Legislativa (Alerj) e descer a avenida Rio Branco até a Candelária, ponto final do protesto
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Cerca de 50 policiais acompanham a movimentação no local
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - A concentração começou as 15h, e uma hora depois, apenas a atriz Leandra Leal, do time do primeiro escalão da Globo, tinha circulado pelo local
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - O ato foi convocado pela internet por um vídeo que conta com a participação de diversos artistas globais, como Marcos Palmeira, Mariana Ximenes, Camila Pitanga e Wagner Moura
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - O protesto, intitulado de Grito da Liberdade, pede a libertação de pessoas que foram presas em manifestações anteriores
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Cerca de 200 pessoas se concentraram em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), no centro da capital
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Concentração do protesto foi em frente ao TJ-RJ
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Cerca de 50 policiais acompanharam a movimentação no local.
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - A atriz Teresa Seiblitz disse estar no local para protestar contra prisões que classificou como "arbitrárias"
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - A concentração começou as 15h, e, do primeiro escalão de artistas, apenas a atriz Leandra Leal passou pelo local, de forma bem rápida
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestantes protestam em frente ao TJ-RJ
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Jovem deita no chão para protestar
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Os manifestantes pedem a soltura dos detidos em protestos anteriores
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Antes do fim do ato, os manifestantes protestaram contra o empresário Eike Batista em frente ao prédio onde ficam as empresas do grupo EBX, controladas pelo homem que já foi o mais rico do Brasil
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - O grupo passou em frente ao edifício Serrador, que está com vidros estilhaçados devido a ataques ocorridos em outros protestos, e gritou palavras de ordem contra Eike
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - "Eike Batista, vai se f..., e leva o Cabral com você", cantavam os manifestantes
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Homem vestido com fantasia do personagem Batman subiu nos Arcos da Lapa
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestante pede liberdade para grupo preso em protestos anteriores
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Integrantes do grupo Black Bloc também estavam no protesto
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - "Batman" faz protesto em cima dos Arcos da Lapa, famoso bairro boêmio da cidade
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestante subiu no monumento para chamar a atenção para a causa do protesto
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestantes fantasiados nos Arcos da Lapa
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestantes fantasiados nos Arcos da Lapa
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestantes fantasiados nos Arcos da Lapa
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestantes fantasiados nos Arcos da Lapa
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestantes fantasiados nos Arcos da Lapa
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Manifestantes fantasiados nos Arcos da Lapa
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Debaixo dos arcos, centenas de manifestantes ainda se reuniam
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Jovem lança rojão na Lapa, famoso bairro boêmio da cidade
Foto: Daniel Ramalho
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31 de outubro - Trânsito na avenida Presidente Vargas foi parcialmente interrompido durante as manifestações
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho
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5 de novembro - Com máscara de caveira, servidor da Polícia Federal protesta no Rio de Janeiro contra o que a categoria chama de sucateamento da instituição
Foto: Daniel Scelza
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5 de novembro - Com poucos manifestantes nas ruas, policiais têm conversa descontraída à espera da Marcha dos Mascarados, no centro do Rio
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - O protesto foi marcado pela presença de muitas crianças
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Aos gritos de "Fora Cabral", os manifestantes carregavam faixas e bandeiras com o símbolo do anarquismo
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Havia muitas crianças entre os mascarados
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - O episódio é mencionado na história de quadrinhos e no filme V de Vingança, origem das máscaras brancas difundidas em protestos ao redor do mundo nos últimos anos
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - A data escolhida para o movimento coincide com a Noite de Guy Fawkes, quando houve uma tentativa frustrada de se explodir o Parlamento Britânico em 5 de novembro de 1605, organizada por um grupo conhecido como "Conspiração da Pólvora"
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Os atos foram convocados pelo grupo Anonymous na internet
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - A Polícia Militar ordenou que um dos manifestantes, que estava fantasiado de Batman, tirasse a máscara, obedecendo a lei estadual que proíbe o uso dessas peças em protestos
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Após caminharem pela avenida Beira-Mar, na altura do Museu de Arte Moderna (MAM), os manifestantes começaram a voltar pro centro
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Havia também cartazes pedindo a libertação da bióloga brasileira, Ana Paula Maciel, presa na Rússia durante protesto do Greenpeace contra a exploração de petróleo no Ártico; 'Fora Cabral'; e questionando onde esta o ajudante de pedreiro Amarildo
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Eles correram para as escadarias da Câmara de Vereadores, se posicionando atrás de uma faixa com os dizeres 'Corrupto bom é corrupto morto. Sangue por sangue. Revolução ou morte'
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Após uma caminhada, os manifestantes chegaram à Cinelândia, pouco antes das 20h
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Um por tirar a bandeira do Estado do monumento a Zumbi e outro por carregar uma pedra portuguesa. Ele foram levados à 17ª DP
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Às 21h, dois manifestantes haviam sido detidos
Foto: Mauro Pimentel
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5 de novembro - Um forte esquema de segurança foi montado pela Polícia Militar no centro do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, para a "Marcha dos Milhões de Mascarados"
Foto: Mauro Pimentel
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi
assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como
uma das maiores jornadas
populares dos últimos 20 anos
. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes,
mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do
Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em
São Paulo, Rio
de Janeiro
, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.