RJ: mãe chora em reconstituição de morte de menino no Alemão

Casos do menino Eduardo, Elizabeth Moura e capitão Uanderson Gomes passam por reconstituição nesta sexta-feira

17 abr 2015 - 12h43
(atualizado às 17h17)
Mãe de Eduardo não conseguiu conter as lágrimas
Mãe de Eduardo não conseguiu conter as lágrimas
Foto: D.E. / Divulgação

A Polícia Civil iniciou por volta das 12h desta sexta-feira a reconstituição de três crimes recentes no Morro do Alemão, Rio de Janeiro. Os oficiais irão remontar a cena do assassinato do menino Eduardo de Jesus, de Elizabeth Moura e do capitão da UPP Uanderson Gomes. “Viemos aqui em busca da verdade. Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém”, disse Rivaldo Barbosa, titular da delegacia de Homicídios.

A mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus, participa da simulação e se emocionou bastante e chegou a chorar ao lembrar os últimos momentos do filho. Outros familiares do menino Eduardo já estão próximos do local. É a primeira vez que reencontram com os dois policiais que admitiram ter participado da ação que acabou com a morte do menino.

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Na reconstituição, a irmã do garoto, Patrícia Ferreira de Jesus, 17 anos, relatou os momentos em que encontrou o irmão morto. Terezinha contou que a filha chegava do trabalho, e o garoto ao ouvir sua voz, saiu de casa e ficou na porta brincando. Os policiais alegam que houve confronto durante a morte do garoto, a mãe do menino nega. Ela informou ainda que foi ameaçado pelo policial que atirou em seu filho.  

Familiares de Eduardo caminham junto à mãe durante a reconstituição do crime
Foto: D.E. / Divulgação

A vizinha Joselene Alves afirmou que no dia da morte de Eduardo ouviu apenas um tiro. "Esculacharam um menino de 10 anos. Sou mãe de duas meninas e não posso ver a dor de outra mãe", disse

Um porta voz da Polícia Militar que acompanha as investigações e a reconstituição dos três casos no Alemão afirmou que a polícia pode levar mais de 10 horas para encerrar os trabalhos. "Estão refazendo cenários, ouvindo as testemunhas e fazendo perícias ", disse o coronel Marcelo Corante. A primeira parte dos trabalhos durou duas horas e já terminou. 

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Menino de 10 anos foi morto com um tiro no Alemão
Foto: D.E. / Divulgação

A corregedoria da Polícia Militar apoia a operação. “Vamos colaborar para que a justiça seja feita”, disse o corregedor Victor Yunes. O Ministério Público por meio do promotor Homero de Freitas e a Defensoria Pública também estão no caso.

No local, estão 120 policiais da Coordenadora de Recursos Especiais da Polícia Civil, 8 delegados, 10 peritos, além de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora do Alemão. "O grande número de policiais não é pela violência, mas pelo tamanho da operação”, afirmou Barbosa, que não usa colete à prova de balas.

As três reconstituições são realizadas ao mesmo tempo, com a participação de 22 policiais envolvidos nos crimes.

Os pais de Eduardo foram recebidos na noite de quarta-feira no Palácio Guanabara pelo governador Luiz Fernando Pezão e os parentes de Elizabeth, morta um dia antes de Eduardo também no Complexo do Alemão." Foi um encontro muito triste. Lamento profundamente a dor das famílias. Sei que qualquer quantia não vai reparar a perda, o dano, aliviar a dor, o sofrimento dos pais, filhos e marido, mas a indenização é o mínimo que o Estado pode fazer para ajudar as famílias a reconstruírem suas vidas" disse Pezão, que assumiu as despesas da família Eduardo enquanto permanecerem na cidade. 

Colaborou: Yala Sena - especial para o Terra

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Policiais da Delegacia de Homicídios da Capital realizam reconstituição da morte do menino Eduardo, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta sexta-feira (17)
Foto: Josá Lucena / Futura Press
Familiares de mortos no Alemão acusam policia
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Fonte: Terra
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