RJ: manifestantes cercam casa de Sérgio Cabral em protesto pacífico

Segurança do imóvel foi reforçada por policiais militares. Segundo assessoria, governador do Rio de Janeiro não estava no local

21 jun 2013 - 21h53
(atualizado em 22/6/2013 às 00h44)
<p>Cerca de 80 jovens se encontram em vigília na altura do Posto 12 do Leblon, fechando o trânsito nos dois sentidos da Avenida Delfim Moreira, metro quadrado mais caro da cidade</p>
Cerca de 80 jovens se encontram em vigília na altura do Posto 12 do Leblon, fechando o trânsito nos dois sentidos da Avenida Delfim Moreira, metro quadrado mais caro da cidade
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Na onda das manifestações que se multiplicam pelo País, um grupo de aproximadamente 500 pessoas resolveu tirar a noite desta sexta-feira para bater à porta do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB). Cerca de 80 jovens se encontram em vigília na altura do Posto 12 do Leblon, fechando o trânsito nos dois sentidos da Avenida Delfim Moreira, metro quadrado mais caro da cidade. Toda vez que um carro tenta passar, os jovens se deitam sobre o asfalto. "A rua é pública! Direitos iguais: ninguém entra, ninguém sai", enfatiza um manifestante enrolado numa bandeira do Brasil.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

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O quarteirão onde fica o prédio do governador está cercado por policiais militares, que usam grades para fechar os acessos. No início do protesto, homens do Bope, a tropa de elite da PM, reforçaram a segurança. Segundo testemunhas, Sergio Cabral não está em casa: o governador encontra-se em sua casa de veraneio, em Angra dos Reis. Mesmo assim, os manifestantes não arredam pé da entrada da Rua Aristides Espínola. "Só vamos embora depois que a polícia nos deixar passar pelo bloqueio: queremos protestar na portaria do prédio do governador", avisou um jovem mascarado.

Tradicional restaurante da cidade, o português Antiquarius, que fica a dois prédios da residência do governador, não abriu as portas na noite de sexta-feira. Demais estabelecimentos da vizinhança tambem encerraram os trabalhos mais cedo.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

Sérgio Cabral: vandalismo não pode desgatar movimento tão bonito
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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

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A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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