RJ: manifestantes seguem acampados em frente à casa de Cabral

24 jun 2013 - 11h06
(atualizado às 13h14)
Manifestantes estão acampados na frente da casa do governador desde a sexta-feira à noite
Manifestantes estão acampados na frente da casa do governador desde a sexta-feira à noite
Foto: Ivaldo Anastácio / Futura Press

Pelo menos dez manifestantes continuam acampados em frente à casa do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), nesta segunda-feira. Eles deixaram a pista da avenida Delfim Moreira e se concentram nas proximidades do prédio da rua Aristides Espínola. O governador não foi visto no local durante todo o protesto, embora as pessoas ainda exijam que ele os receba para conversar. O prazo para a permanência no local terminaria nesta manhã, mas os manifestantes que ainda persistem não descartam estendê-lo.

Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas em todo o País

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Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

“Estamos aqui há três dias sem dormir, sem ir pra casa, para mostrar que resistência é mais importante que violência. Agora cabe ao governador falar com a gente”, afirmou o estudante de Direito João Pedro Menezes, 22 anos.

Cabral, que teria passado o final de semana na sua casa de veraneio, no condomínio Porto Belo, em Mangaratiba – onde a segurança foi reforçada -, tem uma reunião com a presidente Dilma Rousseff agendada para a tarde desta segunda-feira, em Brasília. Outros governadores e prefeitos também estão convidados para o encontro. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

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Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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