Os moradores dos prédios vizinhos aos buracos que surgiram na rua Barão da Torre durante as obras obras do Metrô em Ipanema, no Rio de Janeiro, reclamam de rachaduras e falta de informações por parte do consórcio Linha 4 Sul. No final de semana, a Defesa Civil paralisou os trabalhos até que "sejam apresentadas as causas e garantias para o prosseguimento das obras". "Até agora ninguém veio nos dizer nada. Só mandaram dizer que vão pagar a comida, como se isso fosse o mais importante. Quero saber se o prédio está seguro ou não", disse Izar dos Santos, morador de um dos prédios, que está com o gás cortado desde ontem.
Os buracos surgiram no trecho entre as ruas Teixeira de Melo e Farme de Amoedo, onde está sendo escavado o subsolo com um equipamento chamado de "tatuzão". Consuelo Barros alerta para o número de rachaduras nos prédios. "O chão está desnivelado, há portões que não fecham e há muitas rachaduras", afirma, dizendo que há cerca de dez dias a obra estava teoricamente encerrada. "Aí começaram a aparecer minas de água, lama e voltaram com as máquinas", lembra.
Ivar é engenheiro eletrônico e questiona o gerenciamento da obra. "Moro aqui há 23 anos e não é preciso muito para saber que esse terreno é todo arenoso e que é preciso que a contenção tenha nao apenas cimento, mas cimento e ferro e isso nunca foi feito", critica. Alguns moradores alertam que a calçada na rua Barão da Torre está oca.
Em nota, o consórcio responsável pela obra nega qualquer risco para os moradores e disse que os buracos abertos já estão sendo concretados. "Estão querendo esconder os buracos", afirma Consuelo. Os moradores que querem receber um laudo oficial do consórcio estão sendo encaminhados até a praça Nossa Senhora da Paz, para protocolar o pedido. "Eles vêm aqui e dão informação de boca, mas para dar informação querem burocracia", acusa Ivar. O consórcio deve soltar um laudo preliminar para os moradores até o fim da tarde.