RJ: mortes provocadas pela polícia aumentaram 40% em um ano

Em 2013, os policiais cariocas mataram 416 pessoas. Já no ano passado, esse número subiu para 582

24 jan 2015 - 18h39

As mortes provocadas pela polícia do Rio de Janeiro cresceram 40% entre 2013 e 2014, segundo dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Segurança. Em 2013, os policiais mataram 416 pessoas. Já no ano passado, esse número subiu para 582.

Policiais militares do Rio de Janeiro testam armas não letais antes de um protesto marcado para esta quinta-feira na capital fluminense. Os agentes treinaram com armas de balas de borracha com tinta, usadas para marcar alvos, além de bombas que soltam pó em vez de gás - tanto de efeito moral quanto lacrimogênio - e de granadas de luz e som
Policiais militares do Rio de Janeiro testam armas não letais antes de um protesto marcado para esta quinta-feira na capital fluminense. Os agentes treinaram com armas de balas de borracha com tinta, usadas para marcar alvos, além de bombas que soltam pó em vez de gás - tanto de efeito moral quanto lacrimogênio - e de granadas de luz e som
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Segundo a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Candido Mendes, Silvia Ramos, as mortes são resultado de uma polícia que atira mais. Ela disse que a polícia fluminense deveria planejar melhor suas ações, para diminuir os confrontos com criminosos.

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“Policial atirando nunca é bom. Policial só tem que atirar em último caso, para proteger sua própria vida. Muitas vezes o policial tem que atirar porque entrou no meio dos bandidos. Vale a pena entrar no meio de bandidos, no horário de escola, num sábado à noite, quando a rua está cheia? Não. Seria melhor planejar a operação, de forma que não resultasse nos bandidos tendo que atirar na polícia e a polícia tendo que atirar nos bandidos para se defender? De que adiantam essas operações? São milhares de operações. Na Vila Aliança [em Bangu] tem operação todo dia. E adianta de quê?”, questiona.

Silvia Ramos disse que, quando a polícia atira mais, há não só um aumento das mortes provocadas pelos próprios policiais como, também, uma intensificação da violência no Estado e efeitos colaterais, como as balas perdidas.

“Quando a polícia aperta mais o gatilho, você tem mais tiroteio, mais gente morrendo, mais arma circulando, mais confronto. Só nos últimos dias, tivemos seis ou sete casos de pessoas totalmente desligadas do mundo do crime sendo atingidas por balas perdidas”, disse a professora.

Segundo os dados do ISP, a taxa de letalidade violenta no Rio de Janeiro (dado que inclui assassinatos, latrocínios e as mortes cometidas por policiais) cresceu 6,8% entre 2013 e 2014.

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Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança informou que não poderia comentar o assunto hoje.

Agência Brasil
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