RJ: símbolo do Carnaval, 'gari Sorriso' samba e apoia greve

6 mar 2014 - 16h26
(atualizado às 17h39)
Um dos símbolos do Carnaval carioca, o gari Renato Luiz Lourenço participou nesta quinta-feira do protesto promovido pela categoria
Um dos símbolos do Carnaval carioca, o gari Renato Luiz Lourenço participou nesta quinta-feira do protesto promovido pela categoria
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Um dos símbolos do Carnaval carioca, o gari Renato Luiz Lourenço, 48 anos - mais conhecido como "gari Sorriso" devido às suas participações sambando durante o trabalho na Marquês de Sapucaí -, participou nesta quinta-feira do protesto promovido pela categoria, em greve desde o começo do Carnaval. Há 18 anos na Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), ele, que participou  do encerramento das Olímpiadas em Londres, quando o Rio de Janeiro foi apresentado como sede dos próximos jogos, caminhou com os colegas da Tijuca ao centro da capital fluminense.

“Não sou gari apenas para sambar, eu apoio os meus colegas”, afirmou Renato, que trabalhou durante todo o Carnaval na Marquês de Sapucaí. Durante o protesto, ele chegou a sambar, repetindo a performance que o tornou famoso no sambódromo.

Publicidade

Mais cedo, cerca de 500 garis se reuniram em frente à Comlurb e decidiram manter a greve da categoria, que começou no último sábado. Depois eles caminharam da Tijuca a Câmera de Vereadores cantando “Acelera Comlurb!/ Que eu quero ver/ Esse lixo vai feder/A prefeitura não deu aumento não/ E esse lixo vai ficar todo no chão”, uma paródia do samba-enredo da Unidos da Tijuca, ganhadora do carnaval carioca deste ano.  

O movimento quer um encontro com representantes da prefeitura para negociar nova proposta de ajuste salarial e melhores condições de trabalho, em vez da que foi acordada pelo sindicato e pela empresa na segunda-feira e que prevê aumento de cerca de R$ 70. Os garis reivindicam um reajuste de R$ 400.

Eles negam as acusações de envolvimento politico do movimento. "Isso não tem a ver com politica, mas com salário. Eu quero um salário justo", afirmou o gari Celio Viana, há 12 anos na Comlurb. Segundo ele, a diretoria do sindicato dos garis é a mesma há décadas e não representa os interesses dos trabalhadores. Ele não soube precisar, no entanto, qual é a adesão da greve. "É só você olhar a sujeira da cidade."

RJ: "esse lixo vai feder"; veja funk dos garis em protesto
Video Player

Equipes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) que não aderiram à greve saíram para trabalhar escoltados por seguranças privados e policiais militares. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, nem todas as equipes estão sendo escoltadas. A prioridade foi dada aos grupos que estão trabalhando em áreas onde houve piquetes ontem.

Publicidade

Em nota, a Comlurb negou a existência da greve e diz não ter contabilizado o número de garis que não foram trabalhar hoje. Segundo a empresa, nas gerências da zona sul, norte e centro o efetivo compareceu quase integralmente e caminhões estão na rua realizando os serviços. A categoria se reúne novamente nesta sexta-feira às 10h em frente à prefeitura pra decidir os rumos da paralisação. 

Fonte: Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se