Um grupo com cerca de 400 índios da etnia Enawenê-nawê fez um bloqueio da BR-174, que liga Mato Grosso à Rondônia, desde as primeiras horas deste domingo. A parada obrigatória é na altura da ponte sobre o rio Mutum, na divisa entre os dois Estados. Para seguir viagem, os motoristas são obrigados a pagar pedágio, que varia de R$ 20 a R$ 50, de acordo com o tamanho do veículo.
Segundo os indígenas, há anos que os povos vêm sofrendo com o que chamaram de “descaso” das autoridades brasileiras, mais precisamente das prefeituras mato-grossenses de Sapezal e Comodoro. Eles reclamam das condições de tráfego das estradas que ligam essas duas cidades às aldeias e solicitam o cascalhamento dessas vias e a construção de pontes.
Assassaniquá Enawenê-nawê, um dos líderes do movimento, disse ao Terra que sua aldeia, a Halataikwa, está praticamente intransitável. “Tem muito tempo que procuramos a prefeita para conversar, mas ela se recusa a nos atender. Foi a maneira que encontramos de chamar a atenção dos governos para nossa causa”, explicou.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Comodoro, uma reunião entre a prefeita Marlise Marques Moraes, representante dos indígenas e da Polícia Rodoviária Federal está marcada para esta segunda-feira. Segundo informações do posto de fiscalização de Vilhena (RO), há um grande congestionamento de veículos no km 485, causado por aqueles que se recusam a pagar o pedágio.