Rodoviários recuam e desistem de paralisar 100% dos ônibus em Manaus

12 jul 2013 - 12h26
(atualizado às 16h14)
Ônibus bloquearam avenida no centro de Manaus, causando revolta entre usuários
Ônibus bloquearam avenida no centro de Manaus, causando revolta entre usuários
Foto: Márcio Azevedo / Especial para Terra

Após anunciar que os rodoviários iriam descumprir a ordem judicial que permitia que apenas 40% dos ônibus de Manaus aderissem à greve da categoria, o presidente do sindicato que representa a categoria voltou atrás, depois de paralisar a frota por cerca de 40 minutos no centro da capital amazonense.

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"Está muito quente e decidimos recuar estrategicamente. Vamos para a sede do sindicato, e lá vamos definir os próximos passos", justificou Givancyr Oliveira, presidente do sindicato dos rodoviários. Segundo o sindicato dos rodoviários a paralisação de 40% da frota será mantida até nova assembleia.

A Justiça determinou multa de R$ 50 mil por hora ao Sindicato dos Rodoviários caso mais de 40% da frota deixasse de circular. Mais cedo, depois de serem recebidos pelo secretário de Governo da prefeitura, Humberto Michilies, os motoristas e cobradores de ônibus decidiram em assembleia paralisar 100% do transporte coletivo.

"Vamos assumir essa multa. Os trabalhadores decidiram paralisar 100%. A prefeitura pensa que somos palhaços ou analfabetos. Nossa luta não é de hoje. Cansamos de acertos de gabinetes. Queremos acordos concretos e na Justiça",  disse Givancyr Oliveira, presidente do sindicato dos rodoviários do Amazonas.

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A decisão foi tomada após duas horas de conversa com o representante da prefeitura. No final da manhã, os manifestantes fecharam a avenida Brasil, que passa em frente à sede da prefeitura de Manaus. Eles aguardaram a chegada de mais 500 trabalhadores para partir em marcha até a avenida Epaminondas, que foi interditada por pelo menos 30 ônibus.

Os passageiros foram obrigados a sair dos coletivos. Muitos usuários estão revoltados. "Fui tirada de dentro do ónibus. Poxa, não temos culpa do que estão fazendo com os rodoviários, mas quem paga o pato somos nós", reclamou a aposentada Socorro Sampaio.

A polícia tentou convencer os manifestantes a liberarem o trânsito, mas o sindicato se mantinha irredutível. Após o recuo da paralisação, porém, o trânsito no centro foi liberado e os manifestantes dispersaram.  

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Greve geral

Milhões de trabalhadores prometem cruzar os braços e paralisar serviços fundamentais como bancos, indústria, obras, transporte público e construção civil em várias cidades. Entre as entidades que aderiram a paralisação nacional estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). 

Chamado pelos sindicatos de greve geral, o movimento - que pegou carona na onda de protestos que atingiu diversas cidades brasileiras em junho - é o quarto desse tipo em 190 anos, desde a Independência (7 de setembro de 1822). Em 2013, a novidade é a unificação dos sindicatos e movimentos sociais em uma pauta que cobra o avanço do Brasil.

saiba mais

 

Veja a lista divulgada pela Força Sindical das cidades que devem participar do dia de paralisações:

ESTADO CIDADES
Amazonas Manaus
Alagoas Maceió
Bahia Salvador, Itabuna, Alagoinhas, Brumado, Caetité, Jequié, Camaçari, Nazaré, São Roque e Itabuna
Ceará Fortaleza
Distrito Federal Brasília
Espírito Santo Vitória
Goiás Catalão e Anápolis
Mato Grosso Cuiabá
Mato Grosso do Sul Campo Grande
Minas Gerais Belo Horizonte e Ipatinga
Pará Belém
Paraná Curitiba
Pernambuco Recife
Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Volta Redonda e Resende
Rio Grande do Norte Natal
Rio Grande do Sul Porto Alegre e Região Metropolitana
Santa Catarina Florianópolis, Criciúma, Itajaí e Chapecó
São Paulo São Paulo, Osasco, Santo André, Guarulhos, São Caetano, Santos, Barretos, Marília, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Franca, Santos, Sorocaba, São José dos Campos, Lorena, Araçatuba, entre outras.
Sergipe Aracaju

 

Fonte: Especial para Terra
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