O presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Luiz Fernando Veiga, afirmou nesta quarta-feira, em São Paulo, ter a convicção de que os shoppings do País "não fazem discriminação" entre os seus frequentadores. Ele comandou durante a tarde uma reunião com cerca de 40 representantes de shoppings que discutiram ações de prevenção para eventuais "rolezinhos" marcados para este fim de semana.
Veiga disse que o fenômeno, em que jovens marcam encontros pela internet no interior dos shoppings, traz preocupação e abriu a discussão sobre o tema. De acordo com ele, a associação participa apenas como mediadora e não determina ou sugere qualquer tipo de ação.
"Apenas abrimos espaço para que eles troquem experiências. Os shoppings estão preocupados apenas com a prevenção. A preocupação é que essas ações possam se transformar em algo mais sério", disse ele.
De acordo com o presidente, os shoppings querem preservar a imagem de lugar seguro e confortável para os seus usuários. "Ninguém é barrado em shopping centers. Os shoppings tem sua segurança própria e ninguém vai lá bater em ninguém. Rejeitamos o excesso", disse ele.
O presidente disse, inclusive, que, em alguns casos, os shoppings têm pedido a retirada de páginas do Facebook, ainda que sem dar detalhes: "Nas páginas da rede social retiradas do ar havia 'ameaças concretas de ilegalidade'". Ele citou como exemplo a incitação ao uso de drogas ou atos de vandalismo dentro dos estabelecimentos, como o entupimento proposital dos banheiros ou a interrupção do uso das escadas rolantes.
Segurança Pública
O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse hoje que o rolezinho não pode ser considerado crime, mas um fenômeno cultural, motivo pelo qual não deve ser tratado como caso de polícia. Ele afirmou que a Polícia Militar não deixará de cumprir sua obrigação constitucional. "Uma coisa precisa ficar muito clara: a segurança dos shoppings é privada. A PM somente deve agir se houver quebra da ordem."