RS: depois das obras a situação piorou, diz morador

4 jul 2014 - 13h20
(atualizado às 13h26)
Homens andam de caiaque em meio a rua São Salvador, equina com a Sertório
Homens andam de caiaque em meio a rua São Salvador, equina com a Sertório
Foto: André Santos / Arquivo Pessoal

A chuva que atingiu Porto Alegre desde a madrugada desta sexta-feira causou transtornos principalmente na zona norte da cidade alagando ruas, casas e veículos. Até o começo da tarde, apesar do aguaceiro ter cessado a população ainda tentava remediar os prejuízos. No bairro do Sarandi, moradores reclamam que após obras da prefeitura a situação tem piorado nos últimos três anos. 

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Um dos bairros mais atingidos foi o Humaitá, onde até o final da manhã a população ainda tentava retirar a água de dentro de casa. Na avenida Voluntários da Pátria, um ônibus e um caminhão ainda estavam em meio a enchente, mesmo após as bombas de drenagem terem sido ligadas para retirar o que ficou represado. O trânsito foi fechado na região.

Com uma mangueira em frente de casa Catalino Ribeiro da Costa que mora há 30 anos no bairro do Sarandi tentava limpar o rastro deixado pela chuva. “Acordei umas 6h e a água já estava nos primeiros degraus da minha casa... Depois que a prefeitura fez obras aqui na região, abriram um buraco para colocar um cano, as coisas começaram a piorar, mas eles (os políticos) só aparecem por aqui para distribuir cestas básicas para o povo votar”, dizia o indignado morador da região, que no ano passado, foi muito castigada pelo rompimento de um dique.

Nem mesmo os ônibus conseguiram passar pela Voluntários da Pátria
Foto: Daniel Favero / Terra

Jonato Pereira diz que depois de 20 anos morando no bairro do Sarandi, a situação ficou insuportável. “ Já tive que refazer o motor de um carro, além de já ter perdido tudo que estava no andar térreo: geladeira, sofás... tudo. Meus filhos cresceram aqui, já conheço todo mundo, mas a situação está insuportável”, afirmou.

Jeferson Carvalho conta que a água chegou a tal nível que foi possível andar de caiaque em meio a inundação. “Vários carros ficaram debaixo d´água, mas aqui é sempre assim”, afirmavam, enquanto limpava a oficina onde trabalha, na rua São Salvador.

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Entre ontem e as 7h desta sexta-feira choveu quase a média de todo o mês de julho na capital gaúcha. O acumulado chega a 92 milímetros em alguns pontos, segundo o Sistema Metroclima. A média histórica de julho é 121,7 milímetros, considerada uma das maiores médias do ano.

Jonato Pereira, morador do Sarandi, reclamam da falta de ação do poder público
Foto: Daniel Favero / Terra

O Sistema Metroclima alerta que, com a chuva excessiva, o solo fica saturado de água e muito instável. Com isso, mesmo sem vento forte, árvores podem cair.

Fonte: Terra
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