Algumas dezenas de militantes e simpatizantes dos movimentos LGBT se reuniram no local conhecido como Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre, nesta quarta-feira para protestar contra o Projeto de Decreto Legislativo 234/11, conhecido como Cura Gay.
Com bandeiras de arco-íris, de partidos e sindicatos, os manifestantes se organizaram em circulo para discursar contra a projeto aprovado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, da qual o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), criticado pelas declarações homofóbicas, é presidente.
“Esse é um manifesto nacional... esse projeto dele (Feliciano) é um tiro no pé, porque se ele quer curar os gays, deveria propor a construção de hospitais ao menos para atender todos”, ironiza a presidente da Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul, Marcelly Malta.
Para ela, Feliciano deveria “sair do armário” , e diz que o projeto é uma regressão a luta pelos direitos da comunidade LGBT, que pede a saída do deputado da comissão da Câmara.
Usando o megafone, os manifestantes ligados a diversos movimentos proferiam discursos contra a medida, dizendo que o projeto propõe a cura de algo que não é uma doença, e que é um ataque aos direitos humanos. “O que precisa de cura é o País”.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.