RS: em adaptação, médicos estrangeiros ficam 'defumados' com churrasco

Se juntaram aos estrangeiros, quatro profissionais cubanos, e mais cinco ainda devem chegar

17 set 2013 - 11h41
(atualizado às 15h23)
Médicos durante curso de formação em Porto Alegre
Médicos durante curso de formação em Porto Alegre
Foto: Daniel Favero / Terra

Quatro médicos cubanos se juntaram aos profissionais estrangeiros que passam pelo módulo de avaliação e acompanhamento, em Porto Alegre, e mais cinco profissionais formados na ilha de Fidel Castro devem se reunir ao grupo até o final da semana. Durante a estada em solo gaúcho, os estrangeiros conhecem o sistema de saúde brasileiro, mas devem esperar pela emissão do registro provisório, que tem sido alvo de disputas judiciais. Enquanto isso se adaptam a cultura local e chegaram a conhecer o acampamento tradicionalista Farroupilha de onde saíram “defumados” com o cheiro do churrasco de costela.

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"O pessoal comeu churrasco, saiu de lá defumado, já integrado com o cheiro de costela. Mas no grupo tem bastante uruguaios e argentinos, então, isso para eles é mais tranquilo”, conta o diretor da Escola de Saúde Pública, Márcio Belloc. Durante as aulas era possível ver os médicos tomando mate.

Apesar do relato de um clima leva e descontraído, os médicos tem evitado contato com a imprensa, já que os conselhos de medicina tem sido combativos contra a vinda de estrangeiros. Ações judiciais ou decretos municipais tem proibido a atuação desses profissionais em algumas cidades.

“São 49 médicos (passando pela formação em Porto Alegre), mas esse número vai mudando aos poucos. Têm dois médicos que estão aqui que iriam para Florianópolis e Blumenau, mas lá foi aprovado um decreto municipal contra os médicos estrangeiros, ai eles não puderam ficar lá, e vieram para cá”, explica o diretor.

Durante a formação, os médicos já chegaram a conhecer o trabalho dos agentes comunitários que atuam em comunidades semelhantes as quais eles devem atuar, e se mostraram impressionados com a proximidade com a população.

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Os profissionais conhecem o funcionamento do sistema de saúde brasileiro
Foto: Daniel Favero / Terra

“Eles foram conhecer as estratégias de saúde da família e saíram para passear nos bairros  com o agente comunitário. Eles ficaram encantados com a proximidade dos agentes com a população, porque é um pessoal que tem formação de atenção básica muito forte e presente, e esse contato de saber quem é, é muito importante para poder tratar”, conta Belloc.

Entre os profissionais que passam pelo curso estão argentinos, uruguaios, brasileiros formados no exterior, um palestino, sendo que alguns médicos cubanos já passaram pelo curso de formação e avaliação em Cuba, com médicos brasileiros, ou em outros Estados.

Segundo o governo do Rio Grande do Sul 30 cidades receberão os profissionais inscritos no Mais Médicos. Durante o período de adaptação, eles regularizam sua situação junto a Polícia Federal, abrem constas bancárias para o recebimento da bolsa, mas só podem atuar depois de receber o registro provisório no Conselho Regional de Medicina. 

 
ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).

 
Fonte: Terra
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